
Metanol: Família de mulher que chefiava fábrica clandestina é alvo de nova operação da Polícia Civil
A Polícia Civil de São Paulo cumpriu, na manhã desta sexta-feira (17), sete mandados de busca e apreensão em uma nova operação contra falsificadores de bebidas. Os alvos são familiares de Vanessa Maria da Silva, apontada como responsável pela fábrica clandestina ligada à morte de duas pessoas por intoxicação com metanol.
Principal suspeita: polícia acredita que etanol comprado em posto e batizado com metanol foi usado em bebidas adulteradas
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Durante as buscas, foi apreendido o celular do homem que fornecia os vasilhames usados na falsificação. Os investigadores também identificaram o fornecedor da bebida consumida por uma das vítimas.
A fábrica chefiada por Vanessa ficava em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, e foi descoberta pela polícia na semana passada. Os agentes chegaram ao local após dois casos de intoxicação por metanol em um mesmo bar da Zona Leste da capital.
A primeira vítima foi o empresário Ricardo Lopes Mira, de 54 anos, cuja morte, em 16 de setembro, foi a primeira confirmada no país por intoxicação causada por metanol. Ele havia passado mal quatro dias antes, em 12 de setembro, e foi internado no Hospital Villa Lobos, também na Zona Leste.
A segunda morte foi a de Marcos Antônio Jorge Junior, de 46 anos, em 2 de outubro. Segundo o boletim de ocorrência, ele passou mal após ingerir bebidas no “Bar do Chiquinho”, também conhecido como “Torres Bar”, na Mooca.
No local, a polícia apreendeu nove garrafas de destilados — uma de gim e oito de vodca. Em oito delas, abertas e fechadas, a perícia identificou a presença de metanol, com concentrações que variavam entre 14,6% e 45,1%.
Em depoimento, o dono do bar confessou ter comprado as bebidas de uma distribuidora não autorizada.
Até o momento, a principal linha de investigação aponta que galões de etanol comprados em postos de combustíveis e batizados com metanol foram usados para fabricar as bebidas adulteradas que causaram a contaminação. A polícia agora tenta identificar a rede de combustível responsável pela venda do produto adulterado.
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