Hoje, Re-Pa para sonho ou para pesadelo?
Quem vencer, segue sonhando. Derrota, para o Paysandu é pesadelo, para o Remo água na fervura. Enquanto os azulinos sonham com acesso, os bicolores sonham com o milagre da permanência na Série B. Um Re-Pa impactante. Pra lá de emocionante!
Uma leitura fria, meramente técnica, daria o Leão como favorito. Mas Re-Pa é um campeonato à parte, muito influenciado pelo fator emocional e espírito de superação. E é aí que está a esperança dos bicolores, pela vitória como atenuante moral e para manter as possibilidades matemáticas de salvação. Além disso, a visibilidade numa “prova de fogo” como essa pode valer abertura de portas para a próxima temporada. Há mais interesses em jogo do que as metas dos dois clubes. Veremos um jogo disputadíssimo, tenso, ditado por esmero, atenção e superação. Leão Azul com melhores credenciais físicas, técnicas, táticas e emocionais, e o Papão mais pressionado a se superar.
Fora do roteiro imaginado
A ideia de programar esse Re-Pa para uma data próxima à COP 30 o associou também ao Círio de Nazaré. Com a imprensa internacional em Belém, na cobertura pré-COP, Leão e Papão ganharam oportunidade singular de ganhar atenção do mundo, mas se omitiram no que poderia render ações sócio-ambientais, construção de imagem internacional por engajamento. Falta de visão!
O Re-Pa saiu do roteiro imaginado pelo fracasso do Papão nesta Série B. Mesmo assim, este clássico não deixa de expressar uma das grandes tradições peculiares da Amazônia, com potencial de pauta para a imprensa internacional.
BAIXINHAS
* Compromissômetro ligado na Curuzu. Pelo fato de o clube estar praticamente rebaixado e pelo efeito das pendências salariais, Márcio Fernandes se mantém atento no Paysandu para o nível de comprometimento dos atletas com a causa e com a honra do clube. Vai escalar quem de fato estiver disposto a honrar a camisa no Re-Pa, visto que o jogo vai exigir máxima entrega física.
* Conta a favor do técnico e do clube a alta visibilidade desse Re-Pa. Quem entrar e não se doar pode queimar a própria imagem. Para os atletas essa é a hora de chamar a atenção do mercado positivamente para ter bom contrato em 2026. Do lado do Remo já está sobrando entusiasmo para a máxima atitude competitiva.
* Guto x Márcio, inédito duelo de técnicos no Re-Pa. Este ano já tivemos confrontos do bicolor Luizinho Lopes (potiguar) com o azulino Daniel Paulista e do bicolor Claudinei Oliveira (paulista) com o azulino Antônio Oliveira (português). Nesta temporada em que técnicos paulistas estão predominando no Baenão e na Curuzu, teremos Guto Ferreira, natural de Piracicaba, 60 anos, contra Márcio Fernandes, natural de Santos, 63 anos.
* Um dado que diz muito do abismo entre as campanhas dos rivais paraenses na Série B. A quantidade de derrotas do Leão (sete) é maior que a quantidade de vitórias do Papão (cinco). E se vencer hoje, o Remo atinge praticamente o dobro da pontuação do Paysandu no campeonato: 51 x 26.
* Não ter Diogo Oliveira, por lesão, é perder muito da capacidade ofensiva. Sem contar que o Papão já havia perdido Leandro Vilela, outro expoente do time. Rossi, apagado, também fora. O técnico Márcio Fernandes se vira com o que tem para compor um time, na certeza de que não restarão as alternativas ideais no banco.
* Mesmo sendo a figura recente no futebol do Pará, Guto Ferreira compreendeu de imediato que o Re-Pa é "outro campeonato". Ele usou essa expressão para definir o clássico paraense minutos depois da vitória sobre o Athletico Paranaense, e deixou claro que prepararia o time azulino para tudo o que o Re-Pa exige.
* Dos 32 atletas acionados no primeiro Re-Pa desta Série B, em junho, seis já foram embora. Quatro do Remo (Camutanga, Matheus Davó, Felipe Vizeu e Adailton) e dois do Paysandu (Luan Freitas e Jorge Benitez). As comissões técnicas também mudaram. Na época os comandantes eram Antônio Oliveira, estreante no Leão, e Claudinei Oliveira, que havia estreado no jogo anterior.
* Edilson vai ao 124º jogo pelo Paysandu. De todos os atletas que estarão em ação hoje, o lateral bicolor é o mais rodado em Re-Pa, com 12 jogos, quatro vitórias, seis empates e duas derrotas. O segundo é o atacante bicolor Marlon com 9 jogos, três vitórias, três empates e três derrotas. Marlon vai completar 134 jogos pelo Papão.
* Do lado azulino o recordista é Marcelo Rangel. Vai fazer o 89º jogo pelo Leão Azul. O goleiro remista tem nove Re-Pas, com uma vitória, cinco empates e três derrotas. Marcelo Rangel é avaliado como o melhor goleiro desta Série B, responsável direto pela ótima campanha do seu time no campeonato.
* No Paysandu desde o final de abril, o zagueiro Maurício Antônio deve jogar o seu primeiro Re-Pa. O atleta de 33 anos foi titular absoluto do Coritiba no ano passado e funcionou como inspiração para o jovem Thalyson, que também veio do Coritiba. Agora os dois formam a dupla de zaga do Papão. Thalyson vai ao seu segundo Re-Pa. No único ele foi vencedor.
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