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Golpe do “vale-gás” se espalha e vítimas relatam visitas de falsas assistentes

18/10/2025 13:34 Campo Grande News - Política

A prisão de Dália Karina Pereira Goulart, de 34 anos, na quinta-feira (16), pode ter desvendado um esquema maior de estelionato contra idosos em Campo Grande. Desde a publicação da notícia, duas novas vítimas procuraram o Campo Grande News para relatar que também receberam em casa mulheres se passando por assistentes sociais, com a promessa de benefícios do “vale-gás” e atualização do CadÚnico. Nos três casos conhecidos até agora, o golpe seguiu um padrão semelhante: um dia antes da visita, as criminosas ligam para a vítima se apresentando como servidoras públicas e dizem que ela tem direito a um benefício social. No dia seguinte, vão até a residência, entram com facilidade e pedem documentos pessoais sob o pretexto de “finalizar o cadastro”.   Enquanto uma conversa e distrai a moradora, a outra fotografa papéis e cartões. Uma das vítimas, aposentada de 64 anos que prefere não ser identificada, contou que o golpe aconteceu na última terça-feira (15), no Jardim Leblon.  “Bateram na minha porta dizendo que eram do Centro Social da Sesau, sabiam que eu tinha um exame de endoscopia pendente e queriam fazer minha carteirinha. Entraram, pediram meus documentos, tiraram fotos e ficaram mais de uma hora na minha casa”, relatou. Nesse caso, duas mulheres participaram da ação, uma delas se passava por atendente, enquanto a outra circulava pelo imóvel pedindo água e indo ao banheiro. Depois da visita, o filho da vítima descobriu que alguém havia tentado acessar a conta dela no Gov.br e liberar um empréstimo.  “A gente bloqueou a operação a tempo, mas foi assustador”, contou. A família registrou boletim de ocorrência e enviou à redação as imagens das suspeitas obtidas por câmeras de uma escola próxima. Já no Bairro Universitário, o golpe foi aplicado de forma diferente. A aposentada de 74 anos recebeu apenas uma mulher, que chegou sozinha no dia 6 de outubro dizendo ser funcionária do CRAS e oferecendo o “vale-gás”. O filho da vítima contou que ela usava roupas curtas, tatuagens aparentes e nada que lembrasse o uniforme de servidores públicos. “Enquanto minha mãe buscava água, ela tirou fotos dos documentos. Nas câmeras, a gente viu um carro preto parado na esquina, esperando. Quando minha irmã foi até lá, a mulher inventou uma desculpa e foi embora”, relatou. O caso também foi registrado na polícia. Na quarta-feira, a Polícia Militar prendeu em flagrante Dália Karina após tentar aplicar golpe semelhante no Bairro Vila Santo Eugênio. Ela se apresentava como assistente social de um suposto programa do CadÚnico, prometendo benefícios e descontos em medicamentos para obter dados pessoais. Durante o flagrante, confessou que receberia R$ 1,8 mil pelo “serviço” e que agia com um comparsa, identificado apenas como Ângelo, que fugiu de carro. A Polícia Civil investiga se Dália faz parte de um grupo maior envolvido nos golpes. O Campo Grande News procurou a Prefeitura e a Polícia Civil para saber se há apuração sobre possível vazamento de dados e se os novos casos estão relacionados ao flagrante de ontem, e aguarda retorno. Orientações -  Em nota, a Prefeitura de Campo Grande informou que, até o momento, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não recebeu nenhum registro relacionado a esse tipo de golpe. O órgão reforçou a importância de que a população fique atenta e adote medidas de prevenção, especialmente diante de abordagens suspeitas feitas em nome de programas sociais. A Sesau orienta que todo servidor da Prefeitura deve portar identificação funcional durante o exercício das atividades. Em caso de dúvida, é possível confirmar a autenticidade das informações por meio do Portal da Transparência do Município, disponível em: https://sig-transparencia.campogrande.ms.gov.br/relacao-servidores/consulta. Já a SAS (Secretaria de Assistência Social) informou que já emitiu alerta interno aos servidores das unidades. A pasta destacou que orientou as equipes a avisar os usuários para que não recebam pessoas sem uniforme, crachá de identificação ou veículos adesivados com a marca da Prefeitura e da SAS. Qualquer suspeita de pessoa se passando por servidor público pode ser denunciada à Ouvidoria da Saúde, pelos telefones (67) 3314-9955 e 0800-314-9955, pelo canal Fala CG, no número 156, ou diretamente à Polícia Civil. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .

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