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Ex-dono de empresas que receberam repasses milionários da Conafer não soube informar para quem as vendeu

16/10/2025 21:08 G1 - Política

O assessor da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Cícero Marcelino, afirmou, nesta quinta-feira (16), em depoimento à CPMI do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que não conhece os homens que adquiriram suas empresas em 2024.
Uma apuração feita pelo g1 aponta que quatro empresas ligadas a Cícero Marcelino e sua esposa, Ingrid Pikinskeni, foram transferidas para novos sócios que receberam assistência social, como o auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19 e o Bolsa Família.
"Reinaldo de Almeida Santos?", questionou o relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
"Não tenho nem noção, doutor, de quem é", respondeu Marcelino.
"Para a gente deixar claro aqui, quer dizer que o senhor não conhece nem o Reinaldo... Nem o Valentim", insistiu o relator.
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Marcelino continuou dizendo que não conhecia os nomes e que quando decidiu vender suas empresas, pediu para que o contador tomasse a frente e encontrasse compradores.
"Eu não sabia para quem tinha ido. Eu só repassei ao contador que eu ia abrir as novas empresas, que eu não ia trabalhar mais com essas. Não sabia que tinha sido repassado para pessoa [...] e o contador falou: 'Ó, Cícero, vamos virar aqui', porque eu vou trabalhar certinho, né?", afirmou o assessor.
De acordo com documentos informados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), as empresas Agropecuária PKST, IBC Prudente Apoio Administrativo, Santos Consultoria e To Hire Cars Locadora de Veículos receberam R$ 163 milhões da Conafer.
Após as empresas movimentarem centenas de milhões de reais, Cícero e Ingrid, sócios únicos de cada uma das quatro, transferiram as empresas para José Valentim da Costa, 55 anos, e Reinaldo de Almeida Santos, 42 anos. Os dados foram disponibilizados pela Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp).
💵 Os dois assumiram empresas cujo patrimônio social somados é de R$ 10 milhões, sendo R$ 2,5 milhões de cada uma delas. Todas as alterações societárias foram realizadas em outubro de 2024, entre os dias 17 e 24.
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Jornal Nacional/ Reprodução
👉🏽 Entretanto, conforme o Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União (CGU), o Valentim recebeu R$ 3.600 de auxílio emergencial entre maio e novembro de 2020.
Já Reinaldo tentou receber R$ 2.400 entre abril e agosto, mas foi bloqueado. Entretanto, ele foi beneficiário do Bolsa Família entre 2016 e 2020, recebendo R$ 2.573,00.
Na última semana o g1 foi até os endereços residenciais informados pelos dois sócios à Junta Comerical de São Paulo no momento da transferência das empresas.
No endereço cadastrado em nome do Reinaldo de Almeida Santos, ele não foi encontrado e no número telefônico obtido, foi bloqueado. Já o endereço ligado a José Valentim é de uma casa em construção abandonada e na rua, ninguém nunca ouviu falar dele.

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