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EUA anunciam exercícios militares com Trinidad e Tobago em meio à crise com Venezuela

24/10/2025 04:11 O Globo - Rio/Política RJ

Um navio de guerra e um corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos realizarão exercícios militares com Trinidad e Tobago, em frente às costas da Venezuela, que acusa Washington de tentar derrubar Nicolás Maduro por meio de um destacamento militar no Caribe.
O governo trinitário informou que o destróier USS Gravely atracará na capital, Porto Espanha, no domingo, enquanto Maduro pedia mais cedo: “No crazy war!, não à guerra louca, No crazy war!”.
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Os Estados Unidos mobilizaram navios de guerra, um submarino e aviões de combate sob a justificativa de servirem para operações contra o narcotráfico na região, que até agora deixaram 37 mortos em nove bombardeios contra supostas embarcações com drogas.
O USS Gravely “realizará treinamentos conjuntos com a Força de Defesa de Trinidad e Tobago”, informou o Ministério das Relações Exteriores do país insular, em um comunicado. O navio partirá em 30 de outubro.
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“A presença das forças militares norte-americanas em Trinidad e Tobago destaca o compromisso dos Estados Unidos com a segurança regional e a cooperação no Caribe”, acrescentou o comunicado.
A CIA 'fracassará'
A Venezuela denunciou o novo governo trinitário por servir aos interesses de Washington.
A primeira-ministra Kamla Persad Bissessar expressou seu apoio a Trump e às operações dos EUA no Caribe.
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Nos bombardeios norte-americanos, teriam morrido dois cidadãos de Trinidad e Tobago, embora as autoridades ainda não tenham confirmado — nem desmentido — as denúncias feitas por familiares.
Especialistas questionam a legalidade desses ataques contra suspeitos que não foram interceptados nem interrogados. A Venezuela classificou as ações como “execuções extrajudiciais”.
Trump acusa Maduro de liderar uma suposta quadrilha de narcotráfico, o que o mandatário venezuelano nega.
Na semana passada, o presidente dos EUA autorizou operações encobertas da CIA na Venezuela.
“Podem infiltrar quantos agentes da CIA quiserem em operações secretas a partir de qualquer ponto da nação — e qualquer tentativa fracassará”, declarou o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino.
Na mesma quinta-feira, ao menos um bombardeiro americano B-1B sobrevoou o Caribe, em frente à costa da Venezuela, segundo mostraram plataformas de rastreamento de voos.
Trump, no entanto, afirmou a jornalistas que essa informação era “falsa”.
'Não à guerra'
Maduro abriu o recrutamento para a reserva militar e ordenou a realização de exercícios militares quase diários. Na madrugada desta quinta-feira, um exercício foi realizado em 73 pontos da costa venezuelana.
Na véspera, o presidente havia assegurado que as Forças Armadas da Venezuela dispõem de 5.000 mísseis antiaéreos portáteis russos Igla-S.
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- Graças ao presidente Putin, graças à Rússia, graças à China e a muitos amigos no mundo, a Venezuela conta com equipamentos para garantir a paz - disse Maduro, na quinta-feira, em um ato com sindicalistas pró-governo.
Foi nesse evento que ele fez seu apelo em um “inglês tarzaneado”, como ele próprio definiu seu limitado domínio do idioma:
“Peace, yes peace, forever, peace forever, No crazy war!, não à guerra louca, No crazy war!”.

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