
Custo da primeira habilitação em MS exige mais de cinco meses de trabalho
Para obter a primeira CNH (Carteira Nacional de Habilitação), sul-mato-grossenses precisam trabalhar mais de cinco meses para pagar a autoescola. O levantamento foi realizado pela Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito) e divulgado pelo Governo Federal nesta quinta-feira (9). O estudo considerou critérios de referência da Senatran sobre o endividamento das famílias no Brasil. Para tirar a CNH nas categorias A+B, é necessário desembolsar R$ 3.525 em Mato Grosso do Sul, enquanto a renda média per capita no estado é de R$ 2.169. Segundo o levantamento, para juntar o valor da entrada, seria necessário guardar aproximadamente R$ 650,70. Assim, o sul-mato-grossense comprometeria cerca de 30% da renda. Ao todo, seriam necessários aproximadamente cinco meses e meio de trabalho para pagar a primeira habilitação. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) alerta que comprometer mais de 30% da renda mensal não é considerado saudável, pois aumenta o risco de inadimplência. Entre os estados, o maior custo foi registrado no Acre, onde é preciso trabalhar oito meses. Mato Grosso do Sul ocupa a 12ª colocação. O estudo também evidencia desigualdade regional no acesso à primeira CNH. No Distrito Federal, com renda média de R$ 3.444 por habitante, o número de habilitados é de cerca de 5 mil a cada 10 mil pessoas, e o tempo necessário para pagar a CNH é de aproximadamente dois meses. Já em estados do Norte e Nordeste, como Maranhão, Piauí e Amazonas, a renda média é inferior a R$ 1,5 mil, e o número de habilitados varia entre 1 mil e 2 mil por 10 mil habitantes, aumentando o tempo de trabalho para conseguir a habilitação. No dia 1º de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou projeto que acaba com a obrigatoriedade de frequentar autoescolas para tirar a CNH. A mudança busca reduzir em até 80% o custo da habilitação. “Com o novo modelo, o cidadão terá a liberdade de escolher onde e como fazer essas aulas preparatórias, que poderão ser realizadas tanto nas autoescolas quanto em cursos teóricos gratuitos oferecidos pela Senatran. A parte prática poderá ser feita com instrutores autônomos credenciados pelos Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito), sem obrigatoriedade de carga horária mínima”, explica a nota do Governo Federal. A população, o setor produtivo e entidades envolvidas podem enviar sugestões para a construção do projeto até 2 de novembro, pela plataforma Participa + Brasil. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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