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Córrego Vendas tem água barrenta e sinais de despejo de cimento

10/10/2025 01:57 Campo Grande News - Política

Alvo de inquérito civil por risco de assoreamento, o córrego situado na Rua Nelson Figueiredo Júnior, região do bairro Antônio Vendas, em Campo Grande, apresenta baixo volume de água e marcas brancas que indicam possível despejo de cimento, segundo imagens enviadas por moradores ao Campo Grande News nesta quarta-feira (9). As fotos, recebidas pelo canal Direto das Ruas , também mostram uma montanha de areia marrom junto à água, que fica barrenta, aumentando o risco de futuros alagamentos em caso de chuva forte. Há um mês, o MP (Ministério Público) abriu inquérito com objetivo de firmar TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com os responsáveis pela obra. No texto, a Fibra Construtora Ltda. é apontada como responsável pelo empreendimento imobiliário que resultou em grandes movimentações de terra e aterros acima do nível da rua. Já a Borges Maciel Pinheiro Engenharia Ltda. aparece vinculada a etapas específicas da execução de serviços de engenharia, sem ser proprietária do conjunto habitacional, mas igualmente sujeita às obrigações ambientais e urbanísticas. A Prefeitura de Campo Grande também é citada como corresponsável. O MP cobrou das Secretarias de Infraestrutura e de Meio Ambiente relatórios sobre a fiscalização da obra, além da adoção de medidas emergenciais para conter os danos. A promotoria lembra que, mesmo em empreendimentos privados, cabe ao município licenciar, monitorar e exigir ações corretivas, como manutenção de canais de drenagem e fiscalização contínua das movimentações de terra. O procedimento reúne laudos, despachos e visitas realizadas entre novembro de 2024 e abril de 2025. Os técnicos apontam que a situação exige acompanhamento constante para evitar novos danos. Em março, o engenheiro responsável pela obra, Mateus Veronezi, rebateu a acusação feita por moradores. Ele explica que dentro do terreno, onde será construído um clube esportivo, passa uma bacia de drenagem, que não está conseguindo drenar a água adequadamente, e que ocorreu uma erosão. “Em 2008, a prefeitura fez uma obra para canalizar o córrego dentro da área de preservação. A água deveria ficar represada e ir escoando aos poucos pela tubulação, mas, por conta da erosão das árvores que caíram, além da terra e das pedras, o tubo ficou muito obstruído. Isso aqui deveria ser uma bacia de retenção de água, mas a barreira de contenção cedeu. Então, aqui foi criado um canal que faz a água descer com toda a força para a rua”, afirma. Ainda de acordo com ele, já foi enviado um ofício à Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) solicitando a revitalização, e agora estão tentando autorização para que a própria empresa execute essa obra. À época dos fatos, o secretário municipal de Obras, Marcelo Miglioli, informou que já está ciente da situação e que irá apurar as responsabilidades. “Já estou a par do problema. Temos conhecimento de que isso ocorreu após o início de uma obra particular. Vamos ao local para apurar as responsabilidades; não vamos fazer juízo de valor antecipado. Farei um pronunciamento depois que formos à obra, verificarmos o que precisa ser feito e quais são as responsabilidades de cada um”, pontuou. O Campo Grande News entrou novamente em contato com a Prefeitura de Campo Grande e as duas empresas citadas, mas não obteve resposta dentro do prazo estipulado de uma hora para a publicação do texto. Todos os citados foram questionados sobre as imagens apresentadas na reportagem e sobre o inquérito do MP. Receba as principais notícias do Estado pelo celular . Baixe aqui o aplicativo do Campo Grande News e siga nas redes sociais: Facebook , Instagram , TikTok e WhatsApp .

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