Consultoria apontou SAF e recuperação judicial como soluções para dívida do Corinthians e alertou sobre risco de transfer ban
O relatório contratado pelo Corinhians no ano passado junto à consultoria Ernst & Young enfim foi apresentado à nova administração, de Osmar Stábile, e aponta para a necessidade de se planejar uma recuperação judicial ou a venda de uma SAF como possíveis soluções para o aumento das dívidas do clube desde o ano passado.
A diligência foi feita pela empresa a pedidos do então presidente Augusto Mello, que assumiu em 2024, e solicitou ainda que os contratos confeccionados e assinados durante os mandatos dos ex-presidentes Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves fossem revisados.
Segundo o blog apurou, a Ernst & Young concluiu que mesmo com ações orgânicas de racionamento de despesas a geração de caixa não haveria capacidade de suprir a dívida, que em junho de 2024 era de R$ 2,2 bilhões e agora subiu para R$ 2,7 bilhões. Portanto, a injeção de capital externo seria alternativa para que o Corinthians seguisse na primeira prateleira.
O relatório também apresentou um plano de otimização que incrementaria receitas na ordem de R$ 84 milhões por ano, além de outras frentes de atuação. Mas mesmo assim, a relação dívida/geração de caixa ficaria insuficiente, suscitando a renegociação na Justiça através de um Regime Centralizado de Execuções (RCE) ou uma recuperação extrajudicial.
Clube gastou sem poder e assumiu riscos
Além disso, o relatório já indicava que em setembro do ano passado o Corinthians não teria mais receita para honrar compromissos já contratados, inclusive salários e direitos de imagem, o que elevava o risco de um transfer ban.
Mesmo assim, a administração de Augusto Mello gastou R$ 500 milhões a mais, incluindo os reforços da segunda janela de transferências de 2024, como Memphis Depay, sem falar em Rodrigo Garro, que chegou em janeiro e também motivou transfer ban do Talleres (ARG).
Antes de ir ao mercado, a antiga administração do Corinthians não pagou nem pela consultoria que apresentou o relatório. Com isso, a parceria foi encerrada em setembro do ano passado, quando os gastos explodiram. O parecer da Ernst & Young só foi apresentado nesta semana ao presidente Osmar Stábile, que era vice-presidente de Augusto Mello e sabia do cenário. Após quitar as dívidas com a consultoria, o Corinthians tomou conhecimento do que já se sabia.
Em nota, o clube disse que já está tomando providências sobre os resultados apresentados.
Confira a nota divulgada pelo Corinthians
"O Sport Club Corinthians Paulista informa que recebeu na tarde desta segunda-feira (20) executivos da EY para apresentação do relatório de resultado da consultoria contratada pela gestão anterior no início de 2024.
Tal relatório corrobora a situação financeira do clube sem apresentar fatos novos que a atual diretoria já não esteja tomando providências.
O Corinthians salienta que os contratos analisados são protegidos por cláusula de sigilo e confidencialidade, bem como o próprio contrato de consultoria da EY.
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