Apagão na Grande Ilha: o que explica a escuridão?
<p>Na noite deste domingo, 26, um apagão atingiu simultaneamente os quatro municípios da Grande Ilha, São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, por volta das 20h30, deixando boa parte da população sem energia elétrica. O fornecimento começou a ser restabelecido gradualmente cerca de uma hora depois. Diversas mídias noticiaram o fato e reproduziram as notas oficiais emitidas pelas concessionárias responsáveis.</p><p>Em nota, a Equatorial Maranhão informou que o fornecimento de energia em alguns bairros de São Luís foi impactado devido a uma ocorrência registrada na Subestação da Eletronorte, localizada na entrada da capital. Tão logo identificada a situação, equipes técnicas da Eletronorte e da Equatorial iniciaram as manobras necessárias para recompor o sistema elétrico e restabelecer o fornecimento de forma gradual e segura. A distribuidora acrescentou que segue acompanhando o caso junto à Eletronorte e ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsáveis pela operação do sistema de transmissão, até a completa normalização do serviço.</p><p>[media :type="fotolegenda" :ref="806295" :title="&nbsp;" /]</p><p>De acordo com o Informe Preliminar de Interrupção de Energia publicado pelo ONS, o desligamento ocorreu às 20h25 do dia 26 de outubro de 2025, envolvendo todos os transformadores TR-1, TR-2, TR-3 e TR-4 (500/230 kV – 600 MVA) da Subestação São Luís II. O evento ocasionou a interrupção de 1.124 MW de carga, sendo 755 MW do consumidor Alumar e 369 MW da distribuidora Equatorial Maranhão. Como consequência, houve o desligamento automático das subestações São Luís I e São Luís III, além da Usina Termelétrica Porto do Itaqui, que estava gerando 359 MW no momento da ocorrência. O relatório do ONS indica que às 21h01 foram restabelecidos 90 MW da carga da distribuidora por meio de transferência do setor de 69 kV da Subestação São Luís IV, às 21h30 foi iniciado o restabelecimento da carga da SE São Luís I, às 21h42 o da SE São Luís III, concluído às 21h59, e às 22h02 iniciou-se o restabelecimento gradativo da carga da Alumar. O ONS e os agentes envolvidos seguem realizando a análise detalhada da ocorrência.</p><p>Entre as causas mais comuns de apagões estão curtos-circuitos em linhas de transmissão, falhas em transformadores, descargas atmosféricas e sobrecargas de equipamentos. Cada uma dessas ocorrências provoca uma perturbação no sistema elétrico e aciona mecanismos automáticos de proteção. Os curtos-circuitos, por exemplo, ocorrem quando dois condutores com diferença de potencial entram em contato direto, o que faz a corrente aumentar de forma abrupta. Esse aumento súbito gera calor, arco elétrico e risco de incêndio. Já as falhas em transformadores podem decorrer de problemas de isolação, umidade ou envelhecimento dos materiais internos, levando ao aquecimento do óleo isolante e à degradação dos enrolamentos.</p><p>As descargas atmosféricas, por sua vez, introduzem correntes de altíssima intensidade na rede, capazes de provocar sobretensões e danificar isoladores, chaves e para-raios. Outro fator recorrente é a sobrecarga dos equipamentos, que acontece quando o fluxo de corrente ultrapassa o valor máximo para o qual o sistema foi projetado. Nessa situação, os condutores e transformadores aquecem, e o aumento de temperatura acelera a degradação dos materiais.</p><p>Nas subestações, os transformadores de potência são componentes críticos. Eles operam com base em princípios de indução eletromagnética e possuem um núcleo ferromagnético que concentra o fluxo de energia. Esse núcleo é regido por uma curva de histerese, que mostra a relação entre o campo magnético aplicado e a densidade de fluxo que o material é capaz de suportar. Quando o transformador trabalha dentro da região linear dessa curva, o fluxo e a corrente permanecem proporcionais. No entanto, em situações de sobrecarga ou distúrbios, o fluxo pode ultrapassar o ponto de saturação. Nesse ponto, o material deixa de responder de forma linear, a corrente magnetizante cresce de maneira acentuada e surgem distorções na forma de onda. O resultado é o aumento das perdas, do aquecimento interno e do risco de danos aos enrolamentos. É por isso que transformadores submetidos à saturação disparam suas proteções térmicas e diferenciais, interrompendo o circuito de forma automática para evitar que a falha evolua para um incêndio ou explosão.</p><p>Os dispositivos de proteção, como disjuntores, relés e fusíveis, têm papel essencial na segurança do sistema elétrico. Eles agem preventivamente, desligando automaticamente o circuito quando detectam correntes acima dos limites permitidos. Essa atuação rápida impede que um curto-circuito ou sobrecarga cause danos irreversíveis. O disjuntor utiliza princípios térmicos e magnéticos para interromper o circuito em milissegundos, isolando a falha antes que o aquecimento provoque incên
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