Advogados de presos criticam abordagem do Gaeco na Operação Blindagem
Na tarde desta sexta-feira (7), durante atendimento aos clientes detidos na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), advogados criticaram como a Operação Blindagem foi cumprida em Campo Grande. O objetivo da investigação é atingir uma rede criminosa comandada de dentro dos presídios. Marcos Ivan, advogado de Selma Nunes Roas e Alexsandro Nunes, criticou a atuação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). "O Gaeco chegou com o mandado e, embora se suspeite de uma ligação do casal com pessoas do sul do País, conhecer alguém não significa ser parte de uma facção. Essas operações são muito abruptas e não consideram o contexto. Muitas vezes, elas geram prejuízo à imagem de quem está sendo acusado, ainda que as denúncias precisem ser provadas", disse o defensor. Rauane Mendes, advogada de Brenda Yasmin Martins de Freitas, também questionou a divulgação sobre a prisão de sua cliente. "Foi divulgado que ela estava com armas, mas essa informação está errada. Só foi apreendido um celular. Confiamos na Justiça e sabemos que minha cliente não tem qualquer envolvimento com facções. Ela foi surpreendida", afirmou. As prisões fazem parte de uma grande operação que investiga tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, com foco em criminosos que operam dentro dos presídios. O Gaeco está cumprindo 76 mandados em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina. O objetivo é desmantelar uma organização criminosa com vínculos com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e interromper suas atividades no tráfico interestadual de entorpecentes e outros crimes. O Ministério Público Estadual apontou que a operação foi deflagrada após a apreensão de um celular utilizado por um dos líderes da organização criminosa dentro de uma cela de presídio. Durante as investigações, foram apreendidos valores em dinheiro, cheques no valor de R$ 200 mil, armas de fogo e munições. A operação também identificou a utilização de métodos como caminhões com fundo falso, Sedex e transporte por passageiros em vans para enviar drogas para diversas regiões do Brasil. Além disso, membros da organização eram acusados de extorsão, violência e restrição de liberdade, cobrando dívidas relacionadas ao tráfico de drogas e usura. A operação continua em andamento, e mais informações devem ser divulgadas à medida que os mandados são cumpridos e os detalhes da investigação se tornam públicos. Liberado - Um dos presos, identificado apenas como Enio e que é militar do Exército, já foi liberado. Advogados e familiares não quiseram falar com a imprensa. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
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