
Veículos de comunicação rejeitam novas regras do Pentágono e podem ter credenciais revogadas
Veículos de comunicação dos Estados Unidos e internacionais, incluindo The New York Times, AP, AFP e Fox News, recusaram-se nesta terça-feira a cumprir as novas e restritivas regras de imprensa do Pentágono, o que significa que seus jornalistas terão suas credenciais revogadas. As novas regras surgem depois que o Departamento de Defesa restringiu o acesso da mídia dentro do Pentágono, forçou alguns a desocuparem seus escritórios no prédio e reduziu drasticamente o número de coletivas de imprensa.
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A política de imprensa "silencia funcionários do Pentágono" ao ameaçar com retaliações repórteres que buscam informações que não foram pré-aprovadas para publicação, afirmou a Associação de Imprensa do Pentágono (PPA).
A AFP afirmou em um comunicado nesta terça-feira que "não pode aceitar os termos do documento do Pentágono, que exigiria que os veículos de comunicação reconhecessem novas políticas insuficientemente claras que parecem contradizer os princípios constitucionais dos EUA e os fundamentos básicos do jornalismo".
"Devemos continuar a cobrir o Pentágono e as Forças Armadas dos EUA de forma livre e justa, como fazemos há décadas", acrescentou a agência.
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ABC, CBS, CNN, Fox e NBC emitiram um comunicado conjunto afirmando que não cumpririam as regras, o que poderia "restringir a capacidade dos jornalistas de manter o país e o mundo informados sobre importantes questões de segurança nacional". A Fox e outros veículos conservadores, como o The Washington Times e a Newsmax, também se opõem ao cumprimento das normas.
No total, cerca de 100 credenciais de imprensa podem ser revogadas. As novas regras são as mais recentes de uma série de medidas governamentais que restringem o acesso às informações do Pentágono, o maior empregador do país, com um orçamento de centenas de bilhões de dólares por ano.
As coletivas de imprensa do Pentágono também foram reduzidas para cerca de meia dúzia este ano, em comparação com a média de duas por semana durante a presidência de Joe Biden, que encerrou seu mandato em janeiro.
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