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Trump volta a ameaçar China por causa da soja e diz que troca 'tapas' com o país de Xi Jinping

14/10/2025 22:22 O Globo - Rio/Política RJ

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que pode interromper o comércio de óleo de cozinha com a China, aumentando as tensões na relação comercial entre as duas maiores economias do mundo.
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Nesta terça-feira, Trump apresentou essa possível medida como uma retaliação a Pequim pela recusa em comprar soja americana, o que ele classificou como um “ato economicamente hostil” que está “causando dificuldades para nossos agricultores de soja”.
“Estamos considerando terminar os negócios com a China relacionados ao óleo de cozinha e outros elementos do comércio, como retaliação. Por exemplo, podemos produzir óleo de cozinha facilmente aqui, não precisamos comprar da China”, postou Trump nas redes sociais.
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O índice de referência S&P 500 ficou negativo após os comentários de Trump, que reacenderam o conflito com a China. Apenas algumas horas antes, tanto Trump quanto o Representante Comercial dos EUA, Jamieson Greer, expressaram confiança de que as tensões diminuiriam por meio das negociações comerciais em andamento.
As ações das empresas de comércio agrícola Archer-Daniels-Midland e Bunge Global subiram com a notícia, recuperando perdas anteriores. A interrupção do comércio de óleo de cozinha poderia ter efeitos amplos para o interior dos EUA e para os mercados de energia.
O óleo de cozinha usado, assim como a soja, é matéria-prima para biocombustíveis como o diesel renovável. A administração de Trump já vinha tomando medidas para reduzir incentivos à importação de óleo de cozinha usado. As importações da China atingiram um recorde em 2024, segundo o Departamento de Agricultura.
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As afirmações de hoje exemplificaram as oscilações que têm caracterizado a relação EUA-China desde o retorno de Trump à Casa Branca, mantendo investidores preocupados com a eclosão de uma guerra comercial total.
Trump quer interromper o comércio de óleo de cozinha com a China
Bloomberg
Greer alimentou esperanças de que as negociações sobre tarifas com o governo chinês ainda estavam em pauta, dizendo que altos funcionários não identificados de Washington e Pequim realizaram discussões na segunda-feira e que Trump e o presidente chinês Xi Jinping ainda têm um “horário marcado” para se encontrarem ainda este mês.
Trump também se mostrou cautelosamente otimista sobre a possibilidade de um resultado positivo.
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“Temos uma relação justa com a China, e acho que vai ficar tudo bem. E se não ficar, tudo bem também”, disse Trump a repórteres mais cedo na terça-feira, na Casa Branca. “Estamos trocando muitos golpes, e temos sido muito bem-sucedidos.”
Isso havia aliviado as preocupações que surgiram quando Pequim sancionou as unidades americanas de uma gigante de transporte marítimo sul-coreana e ameaçou novas ações contra a indústria, a mais recente retaliação na disputa entre os dois lados.
Ambas as nações tentam ganhar vantagem antes das novas negociações comerciais impondo novas restrições a embarques de minerais de terras raras e semicondutores — materiais que estão no centro do conflito comercial.
Em resposta às recentes medidas chinesas, Trump ameaçou impor uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses a partir de 1º de novembro e levantou a possibilidade de cancelar sua reunião com Xi na cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico na Coreia do Sul.
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“Se isso vai acontecer ou não, eu não quero comprometer nem a nós nem aos chineses antecipadamente, mas acho que faz sentido que as pessoas conversem quando puderem”, disse Greer sobre a reunião.
Se a tarifa de 100% será implementada “depende muito do que os chineses fizerem”, afirmou Greer. Os EUA e a China chegaram a uma trégua sobre tarifas no início deste ano, após uma escalada que levou as tarifas americanas sobre produtos chineses a chegarem a até 145%. A última prorrogação está prevista para expirar em 10 de novembro.
“O nosso acordo era manter as tarifas baixas se vocês mantivessem o fluxo de terras-raras, mas agora eles estão dizendo que vão controlar mais terras raras e produtos derivados. Então faz sentido que, sabe, possamos aumentar nossas tarifas”, disse ele.

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