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'Traficante vítima' e pedido de ajuda aos EUA: maioria rejeita falas de Lula e Flávio Bolsonaro

02/11/2025 06:30 O Globo - Rio/Política RJ

A maioria dos brasileiros rejeita as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sobre o tráfico de drogas, segundo pesquisa Quaest divulgada neste sábado. O levantamento avaliou a reação do público a duas falas recentes: uma do petista, que afirmou que traficantes são vítimas dos usuários de drogas, e outra de Flávio, que defendeu o envolvimento dos EUA no combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro.
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Durante visita à Indonésia na semana passada, Lula afirmou que “os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”. A frase provocou forte reação — 84% dos entrevistados disseram discordar da declaração, incluindo 60% dos eleitores que se identificam como lulistas.
A pesquisa perguntou ainda como o público interpretou o comentário do presidente. Entre os chamados “independentes” — grupo que não se identifica nem com a esquerda, nem com a direita —, 57% disseram acreditar que a frase refletiu uma opinião sincera de Lula, enquanto 33% consideraram que foi um mal-entendido.

Apesar de o presidente ter recuado da declaração, a oposição aproveitou o episódio para criticá-lo. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou: “Lula acaba de anunciar que traficantes são vítimas dos usuários. No ritmo que vai, daqui a pouco o PCC vira ONG”.
Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou que o presidente estaria transferindo a culpa de criminosos para as vítimas: “Os traficantes são vítimas dos usuários, os assaltantes são vítimas dos assaltados, os assassinos são vítimas dos mortos, os estupradores são vítimas das violentadas e por aí vai”, disse.

A pesquisa também mediu a reação à postagem de Flávio que, em 23 de outubro, sugeriu ao secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, que “ajudasse” o Brasil no combate ao tráfico no Rio. Ao responder a uma publicação de Hegseth sobre uma ação do governo Trump que afundou no Oceano Pacífico uma embarcação que supostamente estava envolvida com o narcotráfico, Flávio afirmou que sente “inveja”.
“Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”, escreveu o senador no X.
De acordo com o levantamento, 62% dos entrevistados discordam da sugestão do filho do ex-presidente Bolsonaro, e o apoio à ideia ficou restrito ao eleitorado de direita bolsonarista e não bolsonarista.

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