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'Task' tem Mark Ruffalo no papel principal e é uma das melhores séries de 2025

02/11/2025 10:01 O Globo - Rio/Política RJ

“Task: Unidade Especial” chegou à HBO Max e já está na minha lista das melhores do ano. São sete episódios longos, mas magnéticos. A voltagem se mantém intensa o tempo inteiro.
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A vida é dura para os mocinhos e os bandidos da trama. A ação se passa num subúrbio da Filadélfia. Nesse ambiente cinzento e empobrecido, tudo é bem triste. As casas são afogadas em bagunça, os personagens comem ultraprocessados à vontade e até as crianças ostentam um ar melancólico. O “herói” (assim, entre aspas mesmo, vou explicar nas próximas frases) é o agente do FBI Tom Brandis (Mark Ruffalo). O policial tem uma formação diferente: fez faculdade de Filosofia e depois atuou por oito anos como padre. Entendemos que uma desilusão existencial destruiu a sua fé. Está beirando os 60 e totalmente fora de forma. Não tem fôlego para correr atrás dos bandidos. Não é só o cansaço físico que atrapalha. Tom vive uma tragédia pessoal. Mora com uma filha e tem um filho preso. Na sua família, cada um derivou rumo a uma esfera própria — e aqui vou evitar o spoiler porque a situação só se esclarece após o terceiro capítulo.
Tom Pelphrey (Robbie) e Raul Castillo (Cliff) em Task
Divulgação
Em outra ponta, acompanhamos Robbie (Tom Pelphrey). Pai separado, ele vive numa zona rural com dois filhos e a sobrinha Maeve (Emilia Jones). O pai dela, irmão de Robbie, morreu assassinado por traficantes de drogas. Durante o dia, ele trabalha recolhendo lixo. De noite, com seu amigo Cliff (Raúl Castillo), assalta gangues da região. Uma dessas organizações criminosas é a Dark Hearts, formada por motociclistas. Uma terceira linha da ação se desenrola no núcleo dos marginais.
Tanto Tom quanto Robbie são sofridos e estão de luto. A infelicidade deles só escala. O roteiro passa longe das concessões e não há um mínimo interlúdio de paz. Isso é muito bom. Bondade e maldade, perdão, lealdade e outras questões morais estão no centro do enredo. Polícia e bandidos conciliam suas atividades profissionais com dramas pessoais extremos. A exaustão é um personagem incorpóreo na trama.
O elenco é um dos pontos fortes. Ruffalo impressiona especialmente, o que não é surpresa. Ele transita sem dificuldades entre a falta de energia de Tom e suas explosões de raiva, sua doçura e seu desamparo. Tom Pelphrey, Silvia Dionicio (Emily), Kennedy Moyer (Harper), Martha Plimpton (Kathleen) e Jamie McShane (Perry Dorazo) também têm grandes cenas.
Silvia Dionicio/Emily em Task
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Essa é uma daquelas histórias de crime irresistíveis, mas que pega o espectador com força igual pelo drama humano. Quem assistiu a “Mare of Easttown”, série estrelada por Kate Winslet, vai reconhecer a assinatura do mesmo criador e roteirista, Brad Ingelsby. Mare tem pontos em comum com Tom. Os dois personagens são policiais. Parecem lutar o tempo todo contra o esgotamento físico e bebem além da conta. Ambos são amargurados. Aliás, não espere ver alegria em “Task”.

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