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STF forma maioria para permitir nomeação de parentes para cargos políticos

23/10/2025 21:48 Campo Grande News - Política

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou nesta quinta-feira (23) maioria de votos para manter a regra que permite a nomeação de parentes para cargos de natureza política. O placar está em 6 votos a 1 a favor da manutenção do entendimento vigente desde 2008, segundo o qual a proibição ao nepotismo não se aplica a funções políticas, como secretarias estaduais e municipais. O julgamento foi suspenso e será retomado na próxima quarta-feira (29). A discussão chegou ao plenário por meio de um recurso contra uma lei municipal de Tupã (SP), aprovada em 2013, que proíbe a contratação de parentes do prefeito, vice-prefeito, secretários e vereadores para cargos na administração. A norma contraria o entendimento do Supremo, que, ainda em 2008, reconheceu que a vedação ao nepotismo não alcança cargos de natureza política. Naquele mesmo ano, o STF editou uma súmula vinculante proibindo a nomeação de cônjuges, companheiros ou parentes até o terceiro grau para cargos públicos, por considerar a prática inconstitucional. No entanto, meses depois, a Corte fixou a exceção para cargos políticos, entendendo que a escolha de secretários e assessores diretos é prerrogativa dos chefes do Executivo. Relator do caso, o ministro Luiz Fux votou pela manutenção do entendimento atual. Ele destacou que a prerrogativa do chefe do Executivo deve ser respeitada, desde que observados critérios de qualificação técnica e a vedação ao chamado “nepotismo cruzado”. “A mensagem do Supremo é que a regra é a possibilidade, a exceção é a impossibilidade. Não é uma carta de alforria para nomear quem quer que seja”, afirmou Fux. O voto do relator foi acompanhado pelos ministros Cristiano Zanin, André Mendonça, Nunes Marques, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli. O ministro Flávio Dino abriu a divergência, votando contra a permissão. Ele argumentou que relações familiares não devem interferir em decisões administrativas e comparou a prática à mistura entre ambiente doméstico e gestão pública. “Legalidades e afetos não se combinam. Uma reunião de governo não pode ser um almoço de domingo. [...] Na praça, no espaço público, é preciso ter coerência nas regras”, afirmou. A ministra Cármen Lúcia ainda não votou, mas fez observações sobre o tema, ressaltando os riscos à impessoalidade na administração pública. “A esposa vai para o Tribunal de Contas para aprovar ou não as contas do próprio marido, que foi titular do Executivo. Isso é completamente contrário ao que nós discutimos, embora seja um cargo político”, disse. Os ministros Edson Fachin, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia ainda devem apresentar seus votos na próxima sessão. Até o momento, a maioria formada garante a manutenção da regra que permite nomeações de parentes em cargos de natureza política, sob o argumento de que a restrição ao nepotismo não alcança esse tipo de função.  

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