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Salvador recebe feira inédita com autoras de toda a Bahia

02/11/2025 10:14 A Tarde - Política

Quando a escritora Clarissa Macedo idealizou o Encontro de Autoras Baianas, há quatro anos, o mundo ainda se equilibrava entre as incertezas do isolamento causado pela pandemia. No entanto, das telas e das conversas oportunizadas pelo espaço virtual, surgiu o desejo de tornar física a troca que ali tinha começado. Este ano, o evento ganha nova roupagem, em formato de feira, e ocupa o Goethe-Institut, em Salvador, entre os dias 7 e 9 de novembro.


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"Fazer de forma presencial tem um charme próprio", conta Clarissa. Segundo a criadora do evento, a ampliação trouxe novos gestos: oficinas, mesas, saraus, concursos, feirinhas de livros e capacitações para educadoras. Uma estrutura pensada para acolher o público leitor e formar novas gerações.“A ideia é mostrar que a literatura pode ser divertida, que ela está viva e conversa com o mundo de hoje”, afirma.Para Clarissa, a primeira Feira Literária de Autoras Baianas – Marcas Contemporâneas é, antes de tudo, uma celebração da pluralidade. A diversidade começa no time escalado por ela: são autoras de diferentes origens, formações e trajetórias reunidas para refletir sobre o papel da palavra feminina. O evento apresenta debates sobre crítica literária e feminismo e mesas que tratam da literatura indígena e LGBTQIAPN+, entre outras.PluralidadeA escritora e mediadora Kátia Borges celebra o foco na literatura escrita por mulheres da Bahia. “Lançar luz sobre essas autoras é iluminar o trabalho literário que elas realizam”, afirma. Kátia conduz o painel sobre literatura LGBTQIAPN+, espaço que promete ser de compartilhamento de vivências pessoais e literárias. Para ela, o maior obstáculo de mercado ainda é a valorização da autoria. “Quando há muitas mulheres finalistas em grandes prêmios, isso vira notícia", provoca. "Ainda é um avanço tímido, mas é inegável que estamos em um processo de reconhecimento e resgate”.A feira também é uma oportunidade de diálogo entre gerações, segundo Clarissa. Ao homenagear a poeta, jornalista e escritora baiana Myriam Fraga, o evento propõe um encontro simbólico entre passado e presente. Nascida em Salvador, em 1937, Myriam construiu uma das obras mais importantes da literatura baiana contemporânea. Dirigiu a Fundação Casa de Jorge Amado e se destacou pela escrita que une delicadeza e vigor, memória e experimentação. A obra da baiana atravessa temas como a identidade feminina, o tempo e o silêncio, o que a torna uma referência para gerações posteriores de autoras, de acordo com Clarissa. “Até o olhar sobre Myriam ganha um frescor [na feira]. A ideia é trazer uma mirada contemporânea sobre temas que nos atravessam há tanto tempo”, diz a idealizadora do evento. Entre as convidadas, a escritora e performer Jovina Souza ressalta o poder revolucionário da presença feminina negra nos espaços literários. “Quando

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