Preso por desvios de milhões, empresário de MS vai para a cadeia pela 3ª vez
Preso duas vezes pela Operação Turn Off, que investigou esquema de desvios da ordem de R$ 68 milhões dos cofres estaduais, o empresário Lucas de Andrade Coutinho voltou para a cadeia nesta quinta-feira (23). Agora alvo da Operação Fake Cloud, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), Coutinho já havia sido “enviado” ao sistema carcerário sul-mato-grossense em novembro de 2023 e junho de 2024. Além do “velho conhecido” do Gecoc, também foram presos preventivamente hoje o advogado Nilson dos Santos Pedroso, que foi diretor de compras da Prefeitura de Itaporã e é o atual secretário municipal de Governo e Gestão Estratégica em Corumbá, e o dono de empresa de tecnologia, George Willian de Oliveira. O Campo Grande News confirmou ainda que, além dos três principais alvos da Fake Cloud, outros três nomes aparecem entre os investigados: Paulo Henrique de Souza, Gabriel Cordeiro Spontoni e Miguel dos Santos Andrade. Todos foram alvos de mandados de busca e apreensão. Quem é? – Principal alvo do Gecoc – braço do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) –, Lucas Coutinho foi preso pela primeira vez por comandar, segundo as investigações, a quadrilha que desviava dinheiro da Saúde e da Educação. Ele atuava como líder do esquema ao lado do irmão, Sérgio Duarte Coutinho Júnior. Ambos são acusados de corromper servidores públicos comissionados para lucrar sobre contratos com o Governo de Mato Grosso do Sul que estavam na mira da Turn Off. Em dezembro de 2023, dois dias após prisão, os irmãos obtiveram a liberdade com a condição de serem monitorados por tornozeleira eletrônica para que cumprissem medidas cautelares diversas da prisão. Lucas e Sérgio voltaram para a cadeia em junho do ano passado, na segunda fase da mesma operação. A suspeita era de ocultação de bens. Ou seja, a dupla continuou cometendo crimes, segundo o Ministério Público, em “total afronta” à Justiça. “A prisão preventiva foi substituída por medidas cautelares, com vistas, inclusive, a inibir novas práticas delitivas. Entretanto, em total afronta e reiteração criminosa, continuaram a praticar novos crimes, principalmente o de lavagem de dinheiro, sendo identificada a atual ocultação de bens obtidos ilicitamente em valores que ultrapassam 10 milhões de reais", registrou o MP em nota naquele dia 6 de junho. No dia 12 de maio deste ano, Lucas, que já havia sido solto e se livrado do monitoramento eletrônico, voltou a usar tornozeleira. Nilson dos Santos Pedroso também já havia sido citado na Turn Off. Segundo o MP, o advogado teria mantido conversas com Lucas Coutinho sobre suposto pagamento de propina em razão de fraudes em processos licitatórios. O nome “Turn Off” faz referência ao primeiro grande esquema identificado sob o comando dos irmãos, relacionado à aquisição de aparelhos de ar-condicionado, e remete à ideia de “desligar” as atividades ilícitas da organização criminosa. E agora? – A operação desta quinta-feira (23) mira grupo suspeito de fraudar sistematicamente processos de licitação em Itaporã, a 234 km da Capital. São apurados os crimes de organização criminosa, fraude em contratações públicas e corrupção. O Gecoc constatou a existência de um grupo criminoso estruturado que fraudava processos de contratações públicas por dispensa de licitação, voltados ao fornecimento de licença de sistemas de backup de dados em armazenamento em nuvem para o Poder Executivo Municipal de Itaporã desde 2022. Após negociações ilícitas dos empresários com agentes públicos, diversos processos foram simulados e direcionados para beneficiar determinada empresa, mediante propostas fictícias e exigências técnicas previamente elaboradas para restringir a concorrência. “Fake Cloud”, termo que dá nome à operação, traduz-se da língua inglesa como “nuvem falsa”, e faz alusão aos objetos dos contratos: o backup de dados em armazenamento em nuvem, o que não era fornecido ao ente público. A ação teve apoio operacional do Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado). Outro lado - A Prefeitura de Itaporã informou que a operação “Fake Cloud” refere-se exclusivamente a procedimentos administrativos ocorridos durante a gestão municipal de 2021 a 2024, especificamente vinculados ao Processo Licitatório nº 183/2022, cuja vigência encerrou-se integralmente no referido período. Substituir "Prefeito" por "prefeito" e ajustar a pontuação retirando o ponto final de dentro das aspas, unificando as duas orações por vírgula ou conjunção. A reportagem deixa aberto espaço para que as defesas dos citados se manifestem. Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais .
Fonte original: abrir