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Lisboa prepara-se para Web Summit com IA, robôs e tensões geopolíticas

08/11/2025 11:46 O Globo - Rio/Política RJ

A inteligência artificial (IA), os robôs e os carros autônomos serão os protagonistas da Web Summit, o grande encontro do setor digital que começa na segunda-feira em Lisboa, em um contexto de tensões geopolíticas e preocupação com as rivalidades na alta tecnologia.
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O “Davos dos geeks”, que será realizado entre os dias 10 a 13 deste mês na capital portuguesa, reunirá mais de 70 mil participantes, entre eles 2.500 startups e mil investidores.
IA e chips
Em meio à disputa pelo controle das cadeias de suprimento que sustentam a IA, um dos eventos mais esperados do encontro será a palestra de Cristiano Amon, diretor executivo da Qualcomm, fabricante americana de chips que recentemente anunciou o lançamento de novos processadores dedicados à IA.
Sua empresa agora se posiciona como rival das também americanas AMD e Nvidia, cujos chips avançados estão sujeitos a restrições de exportação para a China por razões de segurança nacional.
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A cúpula também contará com a presença de vários líderes de empresas de ponta em IA, desde Brad Smith, presidente da Microsoft, até Joleen Liang, cofundadora da startup chinesa Squirrel AI, que utiliza essa tecnologia para desenvolver métodos inovadores de aprendizado.
Também desperta grandes expectativas Anton Osika, diretor da empresa sueca Lovable, que permite a qualquer pessoa criar um site sem saber programar graças à IA generativa. O “vibe coding”, nome dessa técnica, foi eleito a expressão do ano de 2025 pelo dicionário britânico Collins.
Saúde e esporte
A IA concentrou quase 30% dos investimentos em novas tecnologias aplicadas ao esporte no primeiro semestre de 2025, segundo um estudo do banco Drake Star.
No tênis, a russa Maria Sharapova e a francesa Caroline Garcia mostrarão em Lisboa como essa tecnologia pode melhorar o desempenho dos atletas.
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Na área da saúde, serão apresentados dispositivos que ajudam a detectar precocemente os primeiros sinais de doenças, por meio de anéis e relógios conectados que analisam o sono, o ritmo cardíaco e a temperatura.
Robôs e carros autônomos
Os robôs também serão protagonistas, com a presença de Tye Brady, diretor de tecnologia da Amazon Robotics; Robert Playter, da Boston Dynamics — empresa americana conhecida por suas criações com patas —; e Matthieu Masselin, da empresa francesa Wandercraft, especializada em exoesqueletos para pessoas com mobilidade reduzida.
O presidente da Uber, Andrew Macdonald, e o diretor-geral da Lyft, David Risher, falarão sobre suas estratégias para o desenvolvimento de robotáxis.
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A rivalidade global nesse campo está se acelerando: a Uber firmou uma aliança com a Nvidia para tornar autônomos dezenas de milhares de carros de diferentes fabricantes a partir de 2027, e a Waymo, subsidiária da Alphabet, anunciou sua chegada a Londres em 2026. Várias empresas chinesas, como Baidu e Pony.ai, também afirmaram que pretendem se expandir no mercado europeu.
Soberania e regulação
A comissária europeia responsável pela economia digital, Henna Virkkunen, abordará a questão da soberania tecnológica europeia, uma preocupação crescente na região à medida que se intensificam as tensões comerciais e políticas com os Estados Unidos.
— Estamos cada vez mais dependentes, especialmente dos gigantes norte-americanos — disse Maya Noël, da associação France Digitale, que representa uma rede de mais de 2.000 empresas de tecnologia e fundos de investimento especializados.
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No encontro em Lisboa, Maya Noël defenderá “alternativas europeias” para que as empresas não fiquem tão dependentes dos grupos tecnológicos dos Estados Unidos.
Por outro lado, a editora americana de videogames Roblox, muito popular entre os jovens, explicará suas novas medidas para verificar a idade dos usuários, em um contexto em que a União Europeia busca pressionar as plataformas norte-americanas e chinesas em relação à proteção de menores.
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