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La Fiorita: conheça os vinhos italianos feitos por uma americana apaixonada por Montalcino, na bela Toscana

21/10/2025 10:01 O Globo - Rio/Política RJ

Norte-americana com avó nascida na Calábria, Itália, Natalie Oliveros conta que foi escolhida por Montalcino e pela uva Sangiovese para explicar por que deixou os Estados Unidos em direção ao país europeu. A produtora comanda a La Fiorita, uma vinícola na Toscana, e elabora Brunellos de Montalcino DOCG que vêm recebendo reconhecimento da crítica internacional, como altas pontuações, como 94 (do total de 100) de James Suckling e Robert Parker. A safra 2019 foi o 19º melhor vinho do mundo este ano pela Wine Spectator. O enólogo é o jovem Vicenzo Pirrone.
— Montalcino me escolheu. A primeira vez em que estive lá era primavera. Tudo estava florido. Os aromas no ar, as colinas. Eu simplesmente senti a sensação de pertencimento. A Fiorita foi a primeira vinícola que visitei em Montalcino. La Fiorita significa, em italiano, flor desabrochando. E é realmente o que esta empresa é. Não fui eu que dei o nome. Ela teve sua primeira safra em 1993. Eu a comprei em 2011 e tive a primeira safra em 2012 — lembra Natalie, em visita do Rio.
A vinícola italiana La Fiorita, em Montalcino
Divulgação
Ela diz que, quando começou o empreendimento vinícola, não pensou no que significava para sua vida:
— Em essência, minha jornada me trouxe de volta às minhas raízes. Comecei uma linha de vinhos, uma pequena jornada pela Itália, com uvas não tão conhecidas. Era uma linha de vinhos chamada Sogno, sonho em italiano, feita em Roma. Depois fui para a Campânia. Fantasiava sobre ter minha própria vinícola um dia. Sou americana, mas minhas raízes são italianas. Minha avó, minha "nonna", era da Calábria. Quando eu era pequena, eu e minhas quatro irmãs fazíamos vinho no porão. O que começou com dois pequenos vasos agora são dez hectares de vinhedos ao redor da montanha mágica de Montalcino. Temos uma vinícola de última geração e certificação orgânica em todos os vinhedos.
La Fiorita tem quatro vinhedos: La Fiorita, Pian Bossolino, Giardinello e Poggio al Sole, cada um com sua própria identidade.
—Temos dois vinhedos a Sudoeste, um ensolarado ao Sul. E um a Sudeste, em altitude elevada. Colhemos cada um separadamente, quando as uvas estão maduras. São vinificadas separadamente e, no final, fazemos o nosso Brunello di Montalcino.
Uvas Sangiovese da vinícola italiana La Fiorita
Divulgação
Natalie chama a Sangiovese de uma uva camaleônica:
— Esta uva se adapta a diferentes condições climáticas. Há muitos microclimas e solos diferentes em Montalcino, e a maneira como ela muda em cada um deles é como um camaleão. É um vinho que permanece no mínimo dois anos em madeira e três anos na garrafa antes de podermos lançá-lo. É um vinho que expressa o que a uva Sangiovese realmente é. Talvez você possa cultivar essa uva em outro lugar, mas em Montalcino existe uma combinação perfeita. Quero compartilhar o amor que tenho pelo Brunello di Montalcino, não apenas nos Estados Unidos, de onde venho, mas com o mundo.
Natalie Oliveros conta que foram lançados no Brasil quatro safras do Brunelo di Montalcino La Fiorita: 2016, 2017, 2018 e 2019.
— O Brunello de Montalcino é um vinho especial, de corpo médio a encorpado, então não é o tipo de vinho que você precisa "mastigar".Você pode apreciá-lo com uma variedade de pratos, até mesmo alguns tipos de peixes e frutos do mar, além de frangos, carnes e, claro, massas. É um vinho que realmente pode ser apreciado com muitas culinárias e pratos diferentes.
A produtora Natalie Oliveros com o Brunello de Montalcino La Fiorita
Cláudia Meneses / Agência O Globo
O Brunello di Montalcino 2019 La Fiorita foi produzido na nova adega a marca. Ele teve fermentação em cubas de concreto e amadureceu em grandes barris de carvalho por 36 meses, seguidos de 4 meses em concreto e 8 meses de descanso em garrafa antes do lançamento. Foram produzidas 23 mil garrafas.
— A mãe natureza estava ao nosso lado em 2019. Estava quente, mas choveu nos momentos certos. Começamos a construir uma nova vinícola em 2018 e preparamos a nova adega para a colheita de 2019. Agora usamos grandes tanques de maceração de concreto e nossos barris são feitos sob medida para nossos diferentes tipos de solo, com diferentes tipos de madeira. Nós colhemos e envelhecemos cada uma de nossas diferentes parcelas de diferentes áreas de Montalcino. Você pode beber o 2019 agora, decantá-lo se puder e então observá-lo se desenvolver na taça. Este é um vinho que será incrível e ficará cada vez melhor por muitos anos — revela Natalie.
Já a safra anterior, a 2018, tem aromas de frutas vermelhas maduras, cerejas em compota, ervas finas e notas sutis de especiarias. A produção foi de 22 mil garrafas:
— Foi uma safra muito elegante. Aqui você tem não apenas as notas de cereja, que são o tipo mais comum de frutas vermelhas no Brunello di Montalcino, mas também um pouco de morango, de casca de laranja, de violetas. É muito bem estruturado, precisa de um pouco mais de tempo. É uma daquelas safras que precisa descansar um pouco. Ele vai envelhecer muito bem. É muito divertido acomp

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