Governo britânico anuncia retirada de último título militar do ex-príncipe Andrew
O governo britânico anunciou neste domingo que vai retirar do ex-príncipe Andrew o título honorário de vice-almirante, a última patente militar que ele ainda possuía. A decisão marca o fim de uma série de perdas de honrarias do ex-duque de York, alvo de acusações ligadas ao criminoso sexual Jeffrey Epstein.
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"Andrew renunciou aos cargos honorários que ocupava nas Forças Armadas (...). Guiados mais uma vez pelo rei, estamos agora trabalhando para remover o último título de vice-almirante que ele ainda possui", disse o secretário de Defesa, John Healey, à BBC. Healey afirmou que o governo também se guiará pela opinião do rei Charles III sobre se Andrew deve ou não perder suas medalhas militares.
O ex-príncipe já havia perdido seus títulos militares honorários em 2022, por decisão da falecida rainha Elizabeth II, após ser processado por Virginia Giuffre, principal acusadora de Epstein. Na quinta-feira, o rei Charles III retirou todos os títulos e honrarias reais restantes de seu irmão.
Prncipe Andrew com uniforme militar em 2019
JOHN THYS
Troca de e-mails
Documentos judiciais de 2023 mostram trocas de correspondência eletrônica entre Andrew e Epstein em 2010. Em um dos e-mails, Mountbatten Windsor, como Andrew é formalmente conhecido, disse: “seria bom nos encontrarmos pessoalmente”, sugerindo a intenção de se encontrar com Epstein meses após sua libertação da prisão por solicitação de prostituição de menor.
Em outra troca de mensagens, Andrew respondeu a uma sugestão de Epstein para se encontrar com Jes Staley, ex-executivo do JP Morgan, que mais tarde foi banido do setor bancário do Reino Unido por enganar reguladores sobre sua relação com Epstein. Mountbatten Windsor respondeu que não estaria no país na época, mas “certamente encontraria [Staley] em outra viagem em breve”.
Andrew e Epstein foram fotografados juntos no Central Park, em Nova York, em dezembro de 2010, encontro que o ex-príncipe chamou posteriormente de “decisão errada”.
Em entrevista de 2019 à BBC, ele disse que o “único objetivo” era interromper o contato com Epstein, preferindo encontrá-lo pessoalmente a “por telefone”, decisão que chamou de covarde. Ainda assim, permaneceu na mansão de Epstein por vários dias.
Documentos judiciais separados revelaram ainda que um “membro da família real britânica”, acreditado ser Andrew, enviou um e-mail a Epstein dizendo: “Mantenha contato próximo e jogaremos mais em breve!!!!”.
As revelações coincidem com a publicação das memórias póstumas de Virginia Giuffre, que morreu em abril aos 41 anos. Ela afirmou ter sido forçada a manter relações sexuais com Andrew em três ocasiões, incluindo quando tinha 17 anos, e durante uma orgia organizada por Epstein. O ex-príncipe nega veementemente as acusações.
Além das controvérsias legais, o estilo de vida de Andrew na Royal Lodge, onde residia quase sem pagar aluguel, gerou críticas e aumentou a pressão sobre o Palácio de Buckingham. Após negociações para sua nova vida como cidadão comum, Mountbatten Windsor terá direito a um grande pagamento único e uma remuneração anual.
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