Genial/Quaest: Apenas eleitores de esquerda rejeitam mais do que aprovam megaoperação no Rio

A megaoperação contra o Comando Vermelho nesta semana, deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, foi mais rejeitada somente entre eleitores de esquerda, mostram dados da pesquisa Genial/Quaest divulgados neste sábado. Ao todo, a ação foi bem vista por 64% da população do estado, enquanto 27% a desaprovaram. O levantamento, contudo, mostrou que a percepção sobre o episódio variou entre grupos políticos distintos.
Entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), eleitores de direita não bolsonaristas e aqueles que se descrevem como "independentes", os percentuais de aprovação corresponderam a 93%, 92% e 61%, respectivamente. Já entre lulistas e outros eleitores de esquerda, os índices de desaprovação superaram a aprovação, chegando a 59% e 70%, respectivamente.
A pesquisa, por sua vez, também mostrou que o episódio foi mais bem visto pelos homens do que pelas mulheres. No público feminino, a ação teve apoio de 51% das entrevistadas, enquanto 36% desaprovaram a ação policial, 8% se viram divididas e 5% não responderam. Já entre os homens, a operação teve o aval de 79% e foi alvo de discordância de apenas 17%. Outros 4% disseram que não aprovam nem desaprovam o ocorrido.
Perceção após a operação policial
Apesar da ação ter o aval da maioria da população, 52% afirmaram que, depois do ocorrido, se sentem menos seguros, enquanto 35% disseram se sentir mais protegidos que antes. Além disso, 74% disseram temer uma reação do tráfico e 84% alegaram que enxergam no Rio um "cenário de guerra" atualmente.
Ao serem questionados sobre ações policiais em comunidades, 73% afirmaram que a polícia deveria continuar a realizar operações do tipo, e somente 22% se colocaram contra a ideia. Já ao serem perguntados sobre como os agentes deveriam se portar, 50% disseram que a primeira reação policial deveria ser tentar prender o suspeito sem disparar a arma, enquanto 45% defenderam que seria preciso "atirar logo de cara".
A Quaest realizou 1.500 entrevistas em 40 municípios no estado do Rio. A margem de erro considerada foi de três pontos percentuais para mais e para menos. O nível de confiança é de 95%.
(Matéria em atualização)

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