Flávio Bolsonaro nega candidatura 'experimental' e minimiza silêncio de Tarcísio: 'Não vou cobrar'
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a escolha do pai, Jair Bolsonaro, pelo seu nome para concorrer à Presidência da República foi "muito consciente" e cravada, anteriormente, outras quatro vezes. Em entrevista à Record, o pré-candidato negou que sua candidatura seja experimental e destacou que só vai desistir do pleito caso o pai fique "livre, nas urnas".
Após pesquisa desfavorável e insatisfação do Centrão, Flávio sinaliza desistir de candidatura e elogia Tarcísio
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— Não tem balão de ensaio. Não tiro meu nome a não ser na condição de justiça com Bolsonaro e com milhões de brasileiros que estão sofrendo — disse Flávio, na entrevista. — Eu que, na verdade, segurei esse tempo todo [a indicação como pré-candidato]. Falava: 'Pai, você tem que ter a convicção do que está fazendo'. Ele disse ter a convicção. O trabalho que eu fiz foi conversar com o máximo de pessoas que pude antes disso se tornar público. Foi da forma que tinha que ser.
Desde sexta-feira, bolsonaristas já ventilavam nas redes sociais que o lançamento de Flávio poderia fazer parte de “uma estratégia” para livrar Bolsonaro da prisão. A ideia é que o Centrão seja flexível para endossar uma proposta mais ampla de perdão em troca de uma “união da direita” com a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O chefe do Executivo estadual é considerado o postulante mais competitivo para enfrentar Lula, que espera buscar a reeleição.
Na entrevista à Record, Flávio disse que seu nome é "altamente competitivo" e afirmou que pesquisas elaboradas antes da confirmação da pré-candidatura "não valem absolutamente nada". Ele ressaltou que Tarcísio terá um dos papéis mais importantes na disputa pelo Planalto.
— São Paulo é o maior colégio eleitoral do Brasil, é o estado com maior importância em questão de PIB, em geração de empregos, é uma potência. O orçamento de São Paulo só fica abaixo do orçamento da União. E o Tarcísio é um craque. Tarcísio é o camisa 10 dessa seleção, desse time que nós temos — afirmou.
Flávio disse, ainda, que a reação de Tarcísio ao saber que o senador havia sido indicado por Jair Bolsonaro foi positiva e minimizou o silêncio adotado pelo governador de São Paulo a este respeito.
— Não vou ficar cobrando do Tarcísio que ele se manifeste publicamente, porque ele já falou por várias, e várias, e várias vezes que o objetivo dele é ser candidato à reeleição no governo de São Paulo — ressaltou.
Primeiro ato
Em seu primeiro ato público após anunciar a pré-candidatura, o senador admitiu que pode não levar o projeto até o fim, mas disse que "tem um preço" para desistir.
— Olha, tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso. Eu vou negociar. Eu tenho um preço para não ir até o fim — disse neste domingo após participar de um culto em Brasília.
O senador indicou que o preço a ser pago seria a aprovação da anistia aos condenados pela tentativa de golpe de Estado, o que livraria Jair Bolsonaro. O ex-presidente está preso em Brasília após ter sido condenado a 27 anos e três meses de prisão no processo da trama golpista.
Quando perguntado pela imprensa se o perdão aos crimes pela trama golpista seria razão para desistir, Flávio reconheceu:
— Está quente, está perto —afirmou— Preço esse eu vou ficar pensando. Hoje, vamos debater na imprensa.
Flávio disse esperar que o projeto da anistia seja pautado nesta semana.
— Espero que os presidentes da Câmara [Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba] e do Senado [Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá] cumpram aquilo que eles prometeram para nós quando eram candidatos ainda, de que pautariam a anistia — afirmou.
Pesquisa Datafolha divulgada no último sábado apontou que só 8% dos eleitores consideram Flávio Bolsonaro o nome que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveria apoiar na disputa presidencial de 2026. A preferência permanece concentrada na ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, citada por 22%, e no governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), lembrado por 20%.
O senador disse que se reunirá com presidentes de partidos do Centrão na próxima segunda-feira para tratar da sua pré-candidatura.
Ele citou o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, o presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), e o líder do PL no Senado, Rogério Marinho (RN). Na terça-feira, ele afirmou que pretende visitar novamente o ex-presidente, quando deve falar sobre o resultado das conversas.
— Agora é trazer as pessoas certas para o nosso lado. Nesse primeiro momento, vamos conversar, sem compromisso de absolutamente nada, para que todos possamos trocar impressões — pontuou.
Nome preferido do Centrão para uma candidatura ao Palácio do Planalto, Tarcísio de Freitas foi elogiado por Flávio. Como informou O GLOBO, esses partido tendem a adotar a neutralidade em 202
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