Exército na rua: quase 60% apoiam decretação de GLO no Rio, diz Genial/Quaest
Dados da pesquisa Genial/Quaest mostram que 59% da população do Rio de Janeiro se coloca a favor da edição de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) pelo governo federal, após a megaoperação realizada contra o Comando Vermelho na última semana. O levantamento, obtido com exclusividade pelo GLOBO, mostra que outros 38% se colocaram contra a medida e 3% não souberam responder.
O apoio à proposta, no entanto, variou entre apoiadores do presidente Lula (PT), segmento no qual a medida foi apoiada por 47%, e eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), grupo em que 80% se disseram favoráveis ao decreto. A medida repetiria um modelo adotado no estado em 2018, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), e autorizaria o uso mais amplo das Forças Armadas para a garantia da ordem e no combate ao crime organizado.
O tema voltou a ser discutido nesta semana, após a ação policial nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou na morte de ao menos 121 pessoas. A decisão de assinatura do decreto, no entanto, foi descartada pelo Planalto, como mostrou o GLOBO, para evitar novos desgastes com o governo estadual, comandado por Cláudio Castro (PL-RJ). No dia da operação, ele chegou a dizer que estava "sozinho" e que o governo federal não tinha "política" de não ofertar ajuda, após ter pedidos de envio de bindados negados em três diferentes ocasiões. Horas depois, o governador recuou, negando que havia ajuda, e disse que a decretação de uma GLO seria decisão do Planalto.
Como solução, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciou, junto a Castro, a criação de um Escritório de Combate ao Crime Organizado para eliminar "barreiras entre os governos". A medida também foi avaliada positivamente por 94% dos entrevistados ouvidos pela Quaest, e apenas 6% discordaram.
A Quaest ouviu 1.500 pessoas em 40 municípios do estado entre os dias 30 e 31 de outubro. A margem de erro considerada é de três pontos percentuais para mais e para menos. O nível de confiança é de 95%.
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