Estudo da Uema revela por que papagaios ameaçados estão desaparecendo das florestas amazônicas do MA e PA
<p>[media :type="fotolegenda" :ref="806548" :title="Uma das espécies analisadas foram a ararajuba (Guaruba guarouba), de plumagem verde e amarela e considerada um símbolo da fauna brasileira. (Foto: Surama Pereira)" /]</p><p><a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://imirante.com/maranhao"><strong>MARANHÃO&nbsp;</strong></a>- Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema) e de instituições parceiras do Brasil e do exterior revelou novos alertas sobre o desaparecimento de espécies de papagaios ameaçados na Amazônia oriental. A pesquisa teve foco na região conhecida como Centro de Endemismo Belém, que abrange áreas dos estados do Maranhão e do Pará.</p><p>Publicado na revista científica internacional Biodiversity and Conservation, o artigo mostra como a conservação das florestas e as condições climáticas influenciam diretamente os locais onde essas aves vivem. O trabalho aponta caminhos para proteger espécies emblemáticas da fauna brasileira.</p><h2><strong>O foco da pesquisa</strong></h2><p>Segundo o pesquisador Randson Modesto Coêlho da Paixão, autor principal do estudo, a pesquisa nasceu da preocupação com o sumiço de aves típicas da Amazônia. “A região do Centro de Endemismo Belém é uma das mais ameaçadas da floresta amazônica e abriga um grande número de aves únicas, que dependem diretamente da conservação da mata para sobreviver”, explicou.</p><p>[media :type="fotolegenda" :ref="806549" :title="Pesquisador Randson Modesto Coêlho da Paixão, autor principal do estudo. (Foto: Divulgação/Uema)" /]</p><p>O estudo foi desenvolvido durante o pós-doutorado de Randson Paixão na Uema, onde ele atuou como professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde, no Campus Caxias. Ele também integrou o Laboratório de Ornitologia, coordenado pelo professor Flávio Ubaid, coautor do artigo.</p><p>A pesquisa faz parte do projeto “Testando hipóteses, predizendo padrões: da modelagem de ocupação à distribuição de espécies ameaçadas no estado do Maranhão”. O objetivo foi entender como o uso da terra e as mudanças climáticas afetam as áreas onde vivem aves ameaçadas e exclusivas da região.</p><p>[media :type="fotolegenda" :ref="806550" :title="Grupo de pesquisadores da Uema responsáveis pelo estudo. (Foto: Paula Lima/PPG)" /]</p><h2><strong>Espécies analisadas e metodologia</strong></h2><p>Três espécies de papagaios foram analisadas: a ararajuba (Guaruba guarouba), conhecida pela plumagem verde e amarela; a marianinha-de-cabeça-amarela (Pionites leucogaster); e a curica-urubu (Pyrilia vulturina). Os pesquisadores reuniram dados de ocorrência dessas aves entre 2000 e 2022 e cruzaram com informações sobre vegetação, qualidade da floresta e índices de chuva.</p><h2><strong>Resultados: o impacto da degradação</strong></h2><p>Os resultados mostram que os papagaios têm mais chances de sobreviver em áreas bem preservadas. Em regiões com floresta de qualidade média, a chance de ocorrência cai para 50%. Já em áreas degradadas, esse número despenca para cerca de 24%. Locais com chuvas regulares também favorecem a presença das espécies.</p><p>“A conservação da floresta é o principal fator de sobrevivência dessas aves”, afirmou Randson. “Sem o equilíbrio climático e a manutenção das áreas florestais, a Amazônia pode perder espécies únicas que não existem em nenhum outro lugar do planeta.”</p><h2><strong>Implicações para a conservação</strong></h2><p>O estudo serve como base para políticas públicas de conservação, definição de áreas prioritárias para proteção e ações de reflorestamento. Também busca sensibilizar a sociedade sobre o valor ecológico e cultural das aves amazônicas e a urgência de preservar seus habitats.</p><h2><strong>Autores e financiamento</strong></h2><p>O artigo foi assinado por Randson Modesto Coêlho da Paixão, Carlos Salustio-Gomes, Kawan William Correia-Sousa, Willane da Silva Rodrigues, Sandara Nadja Rodrigues Brasil e Flávio Kulaif Ubaid. A pesquisa teve apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Universidade Estadual do Maranhão, por meio de editais de fomento à pesquisa.</p><p>A publicação está disponível <a target="_blank" rel="noopener noreferrer" href="https://link.springer.com/article/10.1007/s10531-025-03149-z"><strong>AQUI</strong></a>.</p>
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