Em meio às lágrimas, executivo do Paysandu lamenta o rebaixamento: 'A torcida e o clube não merecem'
Ao final da derrota que decretou o rebaixamento, a missão de explicar o resultado à imprensa e à torcida coube ao executivo de futebol Carlos Frontini. Visivelmente emocionado, o dirigente chegou à sala de imprensa do estádio Antônio Accioly com os olhos marejados e, diante dos repórteres, tentou falar sobre o que deu errado. Mas o peso das palavras e a dor do momento acabaram abreviando o contato, deixando apenas algumas — e profundas — reflexões.
WhatsApp: saiba tudo sobre o Paysandu
“Primeiro é pedir desculpas. Matematicamente estamos rebaixados. Por mais que ainda houvesse chances mínimas, continuamos lutando. O momento é delicado. Uma instituição tão grande como o Paysandu, e a gente não conseguiu manter o time na Série B. Temos que ter coragem de vir aqui e comunicar isso ao torcedor, que merece respeito”, disse o dirigente em suas primeiras palavras após a derrota.
O rebaixamento bicolor foi um ato que já vinha se desenhando há muito tempo. Um time apático, sem força produtiva, que não conseguiu sair da zona de rebaixamento em 33 das 35 rodadas. Falhas nas contratações, apostas que não deram certo e sucessivas trocas de técnicos formaram um cenário que, segundo Frontini, contribuiu para o fracasso e agora obriga a diretoria a rever o planejamento.
“Como dizer o que deu errado? Foram muitas coisas. Ao longo do campeonato tentamos corrigir, fizemos trocas — muitas. Caso contrário, não estaríamos nessa situação hoje. Grandes clubes já passaram por isso: Palmeiras, Corinthians, Vasco, Atlético, Goiás, Vila Nova... Todos se reconstruíram. Dói, é difícil, mas é preciso seguir e começar urgentemente a planejar o próximo ano. Futebol não é brincadeira”, refletiu.
Além do prejuízo esportivo, o executivo lembrou que o insucesso afeta também os funcionários e o dia a dia do clube, além de causar sofrimento emocional a milhões de torcedores.
VEJA MAIS
[[(standard.Article) ‘Cayxão’ fechado: Paysandu perde para o Atlético-GO e confirma rebaixamento à Série C de 2026]]
[[(standard.Article) Paysandu encerra Série B com a pior campanha de um time paraense na era dos pontos corridos ]]
[[(standard.Article) Paysandu é o 17º time confirmado na Série C 2026; veja outros times que disputarão a competição]]
“Você não imagina como os funcionários dependem disso aqui, pessoas simples, trabalhadoras. Agora é reconstruir — essa é a verdade. Precisamos seguir. O clube é grande, e vamos nos reorganizar para voltar mais fortes no ano que vem. Mais uma vez saímos na frente no placar, mas sofremos a virada. Enfim... foi o que falei no vestiário: se nesse momento a pessoa não sentir nada, está na profissão errada.”
Sem entrar em detalhes sobre o futuro, Frontini deixou transparecer a dor do fracasso que atinge todos os que fazem parte da gestão bicolor. Encerrando a entrevista, afirmou que pretende cumprir o contrato até o fim da competição, mas sem garantir sua permanência após o término da temporada.
“Meu contrato vai até o final da Série B. É isso que tenho assinado com o clube. Independentemente da situação, vou até o fim, tentando fazer o melhor dentro das possibilidades. Como eu falei, precisamos terminar de forma digna, e pra isso tenho que dar o meu melhor. Não foi o suficiente, mas precisamos concluir essa caminhada, porque muita gente ama esse clube e não podemos abandonar.”
Fonte original: abrir