Em corrida com a China, Nasa recebe planos B para o módulo lunar de Elon Musk e Jeff Bezos
A NASA quer ideias sobre como acelerar o retorno de seus astronautas à superfície da Lua. E agora, tem algumas. Na quarta-feira, as empresas espaciais de dois dos homens mais ricos do planeta — SpaceX, de Elon Musk, e Blue Origin, de Jeff Bezos — apresentaram propostas à agência espacial para um programa mais rápido de pouso de astronautas próximos ao polo sul lunar, sob a missão Artemis III.
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As propostas foram apresentadas após declarações de Sean Duffy, secretário de Transportes que está atuando temporariamente como chefe da NASA, em canais de notícias na semana passada. Ele afirmou que a agência busca acelerar o programa Artemis, e que o próximo pouso de astronautas da NASA ocorreria antes do fim do segundo mandato do presidente Donald Trump, em janeiro de 2029.
A SpaceX tem atualmente um contrato de US$ 2,9 bilhões para construir uma versão de seu gigantesco foguete Starship, que servirá como módulo de pouso da Artemis III. Mas, após vários testes fracassados do Starship neste ano — que deixaram grandes obstáculos tecnológicos ainda por superar —, a empresa de Musk está atrasada em relação ao cronograma.
Isso significa que as próximas pegadas na Lua podem ser deixadas por astronautas chineses, já que a China pretende enviar sua tripulação à superfície lunar até 2030.
Há algumas semanas, a NASA procurou a SpaceX e a Blue Origin — que tem contrato para construir um módulo de pouso para missões posteriores da Artemis — e perguntou se elas poderiam desenvolver projetos alternativos para a Artemis III que fossem mais rápidos de fabricar.
Em uma publicação feita em seu site na quinta-feira, a SpaceX detalhou os avanços obtidos até agora. Entretanto, a empresa ainda não demonstrou um marco essencial: a transferência de milhões de litros de propelente — metano líquido e oxigênio líquido — entre duas naves Starship. Esse processo será necessário para abastecer o módulo lunar antes que ele possa seguir em direção à Lua.
Uma ilustração conceitual divulgada pela Blue Origin de seu grande módulo lunar Mark 2, capaz de transportar uma tripulação
Blue Origin
A SpaceX também precisa provar que consegue realizar de forma rápida e confiável uma dúzia (ou até dezenas) de lançamentos de naves-tanque Starship, algo que especialistas afirmam ser necessário para acumular propelente suficiente para enviar um único módulo lunar da órbita terrestre à superfície lunar.
Mas, perto do fim da atualização publicada, a SpaceX observou: “Em resposta aos pedidos mais recentes, compartilhamos e estamos avaliando formalmente uma arquitetura de missão simplificada e um conceito de operações que acreditamos resultar em um retorno mais rápido à Lua, ao mesmo tempo em que melhora a segurança da tripulação.”
O módulo de pouso que a Blue Origin está construindo para uma missão lunar posterior da Artemis é menor que o Starship, mas também exige reabastecimento em órbita.
A nova proposta da Blue Origin à NASA combina esse módulo de pouso com outro, menor, desenvolvido para testar algumas das tecnologias necessárias. A primeira missão do módulo menor, chamado Blue Moon Mark 1, está programada para ser lançada à Lua no próximo ano, a bordo do grande foguete New Glenn da empresa.
A proposta da Blue Origin para a Artemis III elimina a necessidade de transferência de propelente no espaço, afirmou uma pessoa familiarizada com o plano, que não foi autorizada a detalhar a proposta confidencial. Essa abordagem mais simples poderia estar pronta para uma missão em 2028 e eliminaria parte dos riscos de tecnologias ainda não comprovadas, segundo a fonte.
Talvez preocupado em ser substituído na Artemis III, Musk e a SpaceX passaram a atacar críticos e concorrentes. Na rede X (antigo Twitter), na semana passada, Musk insultou Duffy, escrevendo: “A pessoa responsável pelo programa espacial dos Estados Unidos não pode ter um QI de dois dígitos.”
E, em uma série de postagens na sexta-feira, a SpaceX atacou Jim Bridenstine, que liderou a NASA durante o primeiro governo Trump. Bridenstine e dois outros especialistas em política espacial haviam dito em uma audiência no Senado, em setembro, que a NASA deveria buscar um “Plano B” se quisesse pousar na Lua antes da China.
A SpaceX destacou que Bridenstine e sua empresa, o Artemis Group, atualmente recebem pagamentos como lobistas de alguns concorrentes da SpaceX.
“Ele está representando os interesses de seus clientes, e seus comentários devem ser vistos pelo que são — o esforço de um lobista pago para garantir bilhões a mais em verbas públicas para clientes que já estão com anos de atraso e bilhões de dólares acima do orçamento”, disse a SpaceX.
Em resposta, Bridenstine afirmou em comunicado: “Fundei o Artemis Group com a missão de garantir que os Estados Unidos permaneçam a principal nação espacial do mundo. As declarações que faço, os client
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