Conheça o trabalho da artista visual Gisela Pecego, que cria estampas com formas inusitadas
De longe, os olhos enxergam uma estampa elegante. Ao se aproximar, a surpresa gráfica revela a repetição de desenhos de pernas femininas. A artista visual Gisela Pecego tem sido seduzida por padronagens que exalam, bem definido por ela, uma sensualidade tropical. “Me inspiro no corpo da mulher para fazer artes atrevidas, um porn chic sutil e bem humorado”, reflete a designer, no ateliê montado onde era a sauna de sua cobertura, no Leblon. O estilo tem levado olhares à moça — as “perninhas” viraram papel de parede que já foi parar até no apê do casal de atores Tais Araújo e Lázaro Ramos.
Na mesma pegada, acaba de desenvolver a padronagem para a edição limitada de uma maquiagem da Care Natural Beauty, em apoio à campanha de conscientização sobre o câncer de mama. “Olha como surpreende. Parecem paetês, mas, de perto, vemos seios de diferentes formatos e cores”, explica a empresária Sissi Freeman, dona da Care: “A assinatura dela tem elegância e diversão”.
Aos 43 anos, Gisela é festejada faz tempo na moda, paixão declarada. Desde os tempos em que trabalhou no escritório da designer Ana Laet, no início dos anos 2000, até hoje, em carreira solo, sempre aumentando o portfólio de grifes que viraram fãs, entre Maria Bonita e Animale.
Pela Zona Sul do Rio, é fácil esbarrar com seus coloridos, seja no boneco-garçom do restaurante Guimas, na Gávea, no cartaz de alguma edição da feira Carandaí ou na ArtRio, com caixinhas Allumettes. “Amo o Rio e sua linguagem visual. Meu trabalho fala muito do lifestyle carioca”, pontua a designer, que atualmente se divide entre trabalho, três filhos e mestrado em inteligência artificial na PUC.
Para ela, a IA entra em cena como aliada e não ameaça: “Uso bastante como ferramenta para agregar, não de produto final. A emoção é toda nossa, dos humanos”, avalia. Emoção salpicada nos mais recentes trabalhos que ela mostra em sua mesa, como as latas em desenvolvimento do panetone do Copacabana Palace e as ilustrações do livro da chef xará Gisela Schmitt, do Gastromar de Paraty. “Gisa tem uma sensibilidade fora da curva”, elogia Schmitt: “Transformou a pesca artesanal local e itens de pequenos produtores em imagens leves, inusitadas. Captou a nossa identidade em cheio”.
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