China cometeu um 'erro' ao impor controles sobre terras-raras, diz Bessent ao FT

A decisão da China de impor controles sobre a exportação de terras-raras foi um “erro” e chamou a atenção para a capacidade de Pequim de usá-las como uma ferramenta de coerção, disse o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, em uma entrevista publicada neste sábado no jornal britânico Financial Times.
Em outubro, Pequim anunciou novos controles sobre as exportações de tecnologias relacionadas às terras- raras, que são cruciais para a fabricação nos setores de defesa, automobilístico, de eletrônicos de consumo e outras indústrias.
As restrições foram um dos principais pontos de atrito nas negociações comerciais entre Pequim e Washington, e a China afirmou que as suspenderia após o encontro entre os presidentes Xi Jinping e Donald Trump nesta semana.
Na entrevista, Bessent afirmou: “A China alertou todo mundo para o perigo. Eles cometeram um verdadeiro erro. Uma coisa é colocar a arma sobre a mesa. Outra é disparar tiros para o alto”, disse Bessent.
Xi e Trump se reuniram à margem da cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), realizada nesta semana na Coreia do Sul.
Após as conversas, a China anunciou que suspenderia certas restrições de exportação, incluindo as referentes a materiais de terras raras, por um período de um ano.
Os controles haviam abalado os mercados e causado interrupções nas cadeias de suprimentos de um setor estratégico — uma importante fonte de influência internacional para Pequim.
Bessent disse ao FT que a China não seria capaz de repetir o mesmo movimento, afirmando: “Temos medidas compensatórias.”
“Acredito que a liderança chinesa ficou um pouco alarmada com a reação global às suas restrições de exportação”, acrescentou.

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