Belo Monte relata ‘avanço do garimpo illegal’ em linhas de transmissão em alerta ao governo federal sobre COP30
A Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE) solicitou na última terça-feira que a Força Nacional atue na segurança da subestação de energia Xingu, localizada no município de Anapu, vizinho de Altamira, onde fica hidrelétrica. O pedido da empresa é para que a infraestrutura, considerada como "crítica", seja incluída no plano de segurança da COP30. A solicitação foi atendida pelo governo federal.
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A BMTE é a empresa responsável por administrar a linha de transmissão ligada à usina. Na carta na qual o pedido é feito, a empresa menciona reuniões com um grupo técnico do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre o avanço do garimpo ilegal nas áreas de linhas de transmissão no estado do Pará.
Procurado, o Ministério da Justiça disse que o pedido foi atendido e que agentes já foram deslocados para a subestação no sábado, 8 de novembro. Segundo a empresa, eventuais contingências e indisponibilidades podem causar "impactos significativos tanto na segurança elétrica quanto na otimização energética" do Sistema interligado Nacional.
"Indisponibilidades associadas a essa instalação possuem potencial de causar impactos significativos na disponibilidade e segurança elétrica do País", diz um documento enviado pelo Ministério de Minas e Energia ao secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarubbo, sobre o pedido da empresa.
A subestação Xingu fica a 5km de distância da Usina de Belo Monte. Segundo um pedido anterior da usina para que a Força Nacional atuasse na proteção da área da hidrelétrica, já em dezembro de 2024, a região sofre com conflitos por território entre as facções Comando Vermelho (CV) e Comando Classe A (CCA). As disputas agravam "a insegurança, afetando diretamente a vida cotidiana dos moradores e a segurança das operações na usina", diz essa primeira solicitação.
"A presença de facções criminosas, como o CCA e o CV, intensifica os riscos de violência na área, tornando essencial o uso de forças de segurança treinadas e armadas para lidar com invasões, furtos e ameaças à integridade das instalações da usina", diz o pedido feito pela empresa.
O novo pedido acontece depois da Belém Transmissora de Energia S.A solicitar apoio do governo federal após receber ameaças de um homem que se identificava como integrante do CV. Ele exigia a suspensão imediata de obras de expansão da subestação da cidade de Marituba e a interrupção diária das operações no local a partir de 15h. A PF abriu um inquérito para apurar as ameaças.
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