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Análise: Empate contra o Mirassol reverbera ainda mais os problemas do Botafogo e de Davide Ancelotti

01/11/2025 22:57 O Globo - Rio/Política RJ

Mais difícil do que assistir ao péssimo desempenho de Botafogo e Mirassol no empate em 0 a 0, neste sábado, no Maião, só o exercício de tentar destacar algo de positivo feito pelas equipes ao longo dos 90 minutos — o único lance digno disso foi a finalização na trave de Chico da Costa no primeiro tempo. Em partida recheada de expectativa por conta do movimentado 3 a 3 que as equipes estrelaram no primeiro turno, e por se tratar de um confronto direto na briga por uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores, prevaleceram os erros técnicos e a falta de inspiração em ambos os times.
— Acho que, defensivamente, o time fez um jogo muito bom. Mas, ofensivamente, não foi nosso melhor jogo. Tivemos dificuldades para ter a bola, erramos muito nas decisões e nos passes. O principal defeito de hoje foi esse — analisou Alexander Barboza.
Nesse caso, menos mal para o Mirassol, que chegou aos 56 pontos e manteve a distância de oito para o Botafogo, que é o primeiro time fora do G5. Com um desempenho péssimo não só na partida de ontem, mas nas últimas semanas, e sem dar qualquer sinal de melhora, é mais factível ao alvinegro torcer para que o número de vagas aumente pela Copa do Brasil e Sul-Ameriana, do que acreditar que conseguirá alcançar o adversário paulista a sete rodadas do fim do Campeonato Brasileiro.
E, muito disso passa pela falta de capacidade que Davide Ancelotti mostrou até o momento de promover alguma mudança estrutural no time do Botafogo. Prejudicado pelo excesso de desfalques — há, inclusive, um incômodo por parte da diretoria com a comissão técnica pelas seguidas lesões musculares —, o técnico italiano enfrenta enorme dificuldade para encontrar, dentro das próprias convicções, uma equipe equilibrada e capaz de se defender bem ao mesmo tempo em que tenta criar situações de gol.
Neste sábado, por exemplo, o Botafogo até conseguiu evitar que o Mirassol chegasse com perigo ao gol de Léo Linck, tanto pela péssima atuação do time de Rafael Guanaes, que é a sensação do campeonato, quanto pela boa partida do zagueiro Alexander Barboza. No entanto, é fato que o alvinegro também não criou uma boa chance sequer.
Santi Rodríguez, prejudicado ao ter sido escalado como ponta esquerda, Artur, que não tem uma atuação de destaque há meses, e Chris Ramos, que tem nítidas dificuldades com a bola no pé, foram nulos no sistema ofensivo. E Newton, Marlon Freitas e Danilo, que formaram trinca de volantes, pouco conseguiram ajudar na construção ofensiva.
Para piorar, Davide, que tem leitura ruim de jogo, demorou para realizar alterações efetivas na equipe. Quando as fez, aos 21 minutos da segunda etapa com as entradas de Jeffinho e Arthur Cabral, mexeu mal ao tirar Santi Rodríguez e viu o time seguir com pouquíssima inspiração dentro de campo.
Na quarta-feira, o Botafogo receberá o Vasco em clássico às 19h30 no Nilton Santos.

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