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Amanda Meirelles relata experiência após cirurgia de lipedema com técnica inovadora; entenda o procedimento

21/10/2025 15:03 O Globo - Rio/Política RJ

A influenciadora Amanda Meirelles, vencedora do "BBB 23", compartilhou com os seguidores no Instagram os desafios e avanços no processo de recuperação após uma cirurgia para tratamento de lipedema, condição inflamatória crônica que provoca acúmulo anormal de gordura, especialmente nos membros inferiores, causando dor, inchaço e limitações funcionais.
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"A cirurgia foi longa, detalhada, mas muito planejada. O lipedema não é apenas uma questão estética: é uma condição inflamatória crônica que traz dor, peso nas pernas e limitações funcionais. Hoje, o que sinto é um misto de alívio e vulnerabilidade. Alívio por ter dado um passo no tratamento, e vulnerabilidade porque o corpo ainda está em adaptação, lidando com inchaço, dor e cicatrizes em evolução", relatou Amanda.
No procedimento, foi utilizada a técnica 3C CALF, desenvolvida pela cirurgiã plástica Heloise Manfrim, em parceria com Carlos Manfrim. A abordagem inovadora foi destaque no 4º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (BAPS), sendo voltada à lipoaspiração da panturrilha com foco tanto funcional quanto estético.
Segundo a Dra. Heloise, que é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), fundadora do CELIP e integrante da Associação Brasileira de Lipedema (ABL), a lipoaspiração pode ser uma alternativa eficaz para controlar o avanço da doença e aliviar os sintomas. "Além disso, é claro, a cirurgia também diminui a largura dos membros afetados. A técnica utilizada vai variar de acordo com cada caso", explica.
A especialista detalha que a técnica 3C CALF consiste em dividir a panturrilha em três terços, o que permite marcações mais precisas e seguras para a retirada do tecido adiposo. "Essa técnica, além de devolver o contorno natural para a perna, tornando-a estética e anatomicamente mais bonita, também visa trazer segurança no procedimento e evitar complicações. Isso porque, com essa abordagem, interferimos menos em regiões que têm estruturas nobres e importantes", afirma.
Amanda Meirelles
Reprodução Instagram
A médica ressalta ainda que, embora o lipedema afete principalmente os membros inferiores, outras regiões do corpo, como braços, abdômen, axilas e até a face, também podem ser atingidas. Os sintomas mais comuns incluem dor ao toque, surgimento frequente de hematomas e tendência ao acúmulo de líquido.
A lipoaspiração é indicada para pacientes que já passaram por tratamento clínico por pelo menos seis meses sem obter melhora ou em casos em que a queixa estética se sobressai à funcional. "Nesses casos, a cirurgia é indicada, sendo que o cirurgião plástico é o especialista mais habilitado para a realização do procedimento. Ou ainda quando se encontra em estágios iniciais com muita queixa de dor, que é onde vemos os melhores resultados da cirurgia", esclarece a Dra. Heloise.
Embora os resultados sejam duradouros, a médica reforça que o procedimento não elimina completamente as células adiposas doentes. "Logo, ainda que a lipoaspiração ofereça bons resultados e o processo natural de emagrecimento não tenha grande impacto sobre as áreas afetadas pelo lipedema, a adoção de um estilo de vida saudável é indispensável para potencializar a ação do procedimento e impedir que a doença evolua novamente", destaca.
Amanda Meirelles
Reprodução Instagram
Entre as recomendações no pós-operatório estão a prática regular de atividades físicas, ingestão adequada de água, alimentação equilibrada e restrição de alimentos processados e ricos em açúcar, sódio e gordura.
"O lipedema é uma doença interdisciplinar e seu tratamento envolve, além do cirurgião plástico, profissionais como endocrinologistas, nutricionistas e cirurgiões vasculares. Sabemos que o tratamento cirúrgico com lipoaspiração pode ajudar o paciente, mas deve sempre ser acompanhado do tratamento clínico, conservador, que tem como base quatro pilares: dieta anti-inflamatória, atividade física específica para lipedema, terapia física complexa e protocolos medicamentosos específicos para a doença", finaliza a especialista.

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